Enviada em: 17/10/2018

Durante o século XIX, o Romantismo brasileiro idealizou a imagem do índio como forma de torná-lo símbolo de representação nacional. Entretanto, as marcas históricas da cultura indígena e sua contribuição real na formação da sociedade brasileira continuaram subjugadas a exclusão por uma classe etnicamente dominante, fazendo-se presente até a modernidade. Com efeito, a valorização da cultura brasileira pressupõe a inclusão indígena, sob pena de perda da verdadeira identidade cultural.   Em primeiro plano, o preconceito social sobre os costumes indígenas representa obstáculo para tal valorização. A esse respeito, o escrivão português Pero Vaz de Caminha, retratava em suas cartas ao rei de Portugal a necessidade de civilizar os índios, negando completamente os hábitos de tal povo. Desse modo, o preconceito evidente das cartas de Caminha se mostra atemporal, visto que é real a inércia no reconhecimento social da influência indígena nos hábitos alimentares, língua e na mistura étnica da população brasileira. Sendo assim, peça importante e desprestigiada em sua sociedade.    De outra parte, os conflitos e invasão de terras indígenas fragiliza a manutenção cultural desses nativos. Nessa perspectiva, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), tem função de garantir a proteger as reservas indígenas. Porém, devido a expansão de latifúndios e do mercado capitalista, a defesa dos  direitos de permanência nas terras de habitação indígena são ameaçadas e fragilizadas, obrigando essas pessoas a migração ou a adequação a vida nas cidades, e consequentemente a perda de referência cultural.    Fica claro, portanto, que o reconhecimento da atuação indígena na sociedade só é garantido com o cuidado de tal cultura. Dessa forma, é necessária a ação do Ministério da Educação e Cultura (MEC) no incentivo as escolas e professores na abordagem da participação indígena na história do Brasil e criação da semana do índio, levando representantes dessa cultura a fim de mostrar os costume e hábitos. Ademais, o Ministério Público em conjunto com a FUNAI devem agilizar a demarcação de terras, tratando como prioridade, com o objetivo de preservar essas etnias. Procedendo, assim, uma sociedade que reconhece verdadeiramente seus representantes.