Enviada em: 19/10/2018

Kant, filósofo alemão, afirma em sua obra, A Metafísica dos Costumes, que o ser humano é um fim em si mesmo, daí advindo sua dignidade. Nesse contexto, o Brasil ainda precisa evoluir muito para poder se orgulhar de seu trato dado aos indígenas, que vêm sendo dizimados desde que os colonizadores puseram os pés em Pindorama. Até hoje se estende essa problemática, tendo a Ditadura Militar matado mais de 8000 indígenas, segundo a Comissão Nacional da Verdade (CNV).       A princípio, cabe destacar que, atualmente, a expansão do agronegócio consiste no principal risco à sobrevivência dos índios brasileiros. Isso é decorrente da penetração cada vez mais profunda da atividade de latifundiários e mineradores na Amazônia Legal, que concentra quase a totalidade das terras indígenas demarcadas no Brasil. São frequentes os conflitos entre povos nativos e os invasores, que demonstram total desconsideração pela vida dos primeiros. Dessa forma, é possível falar em genocídio, já que hoje resta menos de um milhão de indivíduos de grupos que antes totalizavam cerca de três milhões, de acordo com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI).       Adicionalmente, o genocídio de uma etnia representa a extinção da arte, saberes, línguas e toda a exuberância dessas sociedades. Isso significa, ultimamente, o impedimento definitivo ao acesso ao conhecimento de técnicas e uma ciência milenar, capazes de oferecer luz ao entendimento de uma das áreas mais ricas e misteriosas do mundo, a Amazônia. "Conhecimento é poder", afirmou Bacon e, sendo assim, o Brasil está abrindo mão de um poder imensurável contido nos povos das matas.       Destarte, o Ministério da Segurança Pública deve, em parceria com a Polícia Federal, aumentar a proteção das áreas demarcadas, por meio da criação de um braço da polícia apenas com essa finalidade, a fim de fiscalizar, apurar denúncias e defender essas terras. Esse empreendimento pode ser feito mediante a abertura de postos em pontos estratégicos que podem, assim, coibir a ação de latifundiários e mineradores mal-intencionados. ONGs também podem criar canais de denúncia desses abusos e divulgar, com palestras, a importância de preservar a cultura indígena e seus integrantes.