Enviada em: 18/10/2018

É indubitável que ocorre uma violência desproporcional aos povos indígenas. Diante desse quadro, a marginalização que ocorreu durante a colonização pode ser observada como um reflexo nos dias atuais, haja vista que o menosprezo étnico permanece fortalecendo o preconceito, mesmo após o avanço nos direitos desses cidadãos.Desse modo, a importância de valorizar a população indígena demanda esforços, no sentido de amenizar a negligência devido à falta de políticas públicas eficientes e valorizar o patrimônio cultural proporcionado pelas nações nativas.    Em primeiro plano, é notório que as autoridades são indiferentes no que tange a valorização dos índios.Nesse viés, o sociólogo Zygmunt Bauman desenvolveu o conceito de "Instituição Zumbi", no qual o Estado perdeu sua função na sociedade, porém manteve o seu formato.Sob essa conjectura, o governo brasileiro, na medida em que corta os gastos que atingem o setor público e, especialmente, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), impede que o Estado cumpra o seu papel. Sendo assim, a teoria do escritor perpetua e denuncia a negligência a direitos garantidos pela Constituição, como o reconhecimento sobre as terras que ocupam, competindo à União demarcá-las e proteger todos os seus bens.     Concomitantemente a essa questão estrutural, quando o renomado educador Paulo Freire afirma que sem a educação a sociedade não muda, corrobora-se a necessidade de eixos como a diversidade étnica e a identidade indígena serem desenvolvidos no ensino básico.Contrariamente, a educação brasileira não introduz ações pedagógicas que reflitam sobre a importância de valorizar a população indígena, um exemplo disso é o fato de retratarem os índios de maneira definitivamente folclórica. Nesse contexto, é crucial que o preconceito causado pela herança histórico-social seja combatido recorrendo ao conhecimento.    Em suma, é necessário que a postura do poder público seja repudiada. Logo, o Ministério da Justiça por meio da FUNAI, deve promover visibilidade no que se refere as ações de coordenação fundiária, mediante as redes sociais e aplicativos que divulguem o trabalho desenvolvido pela fundação, a fim de alcançar o esclarecimento dos direitos indígenas. Outrossim, o Ministério da Educação, por intermédio de instituições educacionais, deve debater a ausência de representatividade com sociólogos e geógrafos especialistas no estudo acerca das nações indígenas, colocando em prática a Lei de Diretrizes e Bases que obriga ensino de tal cultura, com a finalidade de resolver a problemática e transformar o pensamento discriminatório.Assim, o país se libertará  da teoria de Bauman e efetivará a de Paulo Freire.