Enviada em: 31/10/2018

O Romantismo no Brasil, iniciado no século XIX, foi uma escola literária que, em sua primeira fase, tinha como característica simbolizar o índio como o melhor representante nacional e ilustrá-lo como uma figura heroica em suas narrativas, como mostra o romance "O Guarani", de José de Alencar. No contexto atual, essa valorização foi substituída por preconceitos, devido a herança histórica de representação estereotipada desse povo, e interesses econômicos da bancada ruralista em relação às terras indígenas.   Observa-se, em primeira instância, que embora a configuração cultural do Brasil seja híbrida, a desvalorização de culturas diferentes da ''padrão'', incluindo a indígena, aponta um contexto de menosprezo por parte da população brasileira, que insiste em classificar índios como selvagens, não civilizados, inferiores e até como seres mitológicos. Essa visão etnocêntrica e preconceituosa é fruto de uma arraigada intolerância frente às minorias, advindas desde a colonização do Brasil. Nota-se, que é preciso que a sociedade mude de visão no que se refere a população indígena e seus valores culturais.   Deve-se abordar, ainda, que a indústria rural tem causado a perda de territórios indígenas e ameaçando sua população. Embora a Constituição de 1988 tenha garantido a posse permanente das terras ocupadas pelos nativos, a bancada ruralista do Congresso Nacional insiste em ignorar esses direitos, em defesa dos interesse políticos e econômicos. Prova disso é a PEC 215, que propõe alterar a Constituição para transferir do Poder Executivo para o Congresso a decisão final de demarcar as terras indígenas, beneficiando, desse modo, os grandes latifundiários. Logo, isso tem levado ao acirramento de conflitos e violências. Um exemplo foi a recente extração ilegal de madeira em reserva indígena no Pará. De acordo com o G1, cerca de 80 índios se reuniram para proteger as terras. Logo, é necessário intervir legalmente e preservar essas habitações.   Torna-se evidente, portanto, que a população indígena precisa de mais valorização. Cabe ao Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Cultura, promover, em escolas e faculdades, visitas as tribos, debates e fóruns interdisciplinares acerca da identidade indígena, evidenciando seu passado histórico, suas contribuições para a cultura brasileira e seu modo de vida, com o objetivo de reconstrução da visão do índio na sociedade brasileira e incentivar o respeito à essa comunidade. Por conseguinte, é dever do Estado em parceria com  a Fundação do Índio (Funai), criar ações de combate a violência, sendo mais rigorosos nas punições, e criar políticas públicas na intervenção de exploração de terras indígenas. Além disso, o diálogo entre representantes deve ser intensificado, fazendo assim, coincidir os direitos dos índios com os interesses da sociedade.