Enviada em: 28/10/2018

No romance '' O Guarani'', de José de Alencar, o autor relata o índio como um herói. Historicamente, porém, hoje o povo indígena é explorado ou desprezado, em meio a uma sociedade guiada pelo capitalismo exacerbado e um governo ineficaz na efetivação da ordem Jurídica, em que o Estatuto do Índio prega o respeito ao território, infelizmente, nem sempre corresponde a realidade. Em vista disso, é preciso para garantir sua cultura e qualidade de vida, sendo dever tanto do estado quando da sociedade mudar a atual situação para efetivar o respeito e a dignidade daqueles.       É primordial ressaltar que, ao da história do Brasil, os povos indígenas foram explorados, massacrados e expulsos de suas terras, inicialmente com a justificativa dos portugueses de levar a "civilização" aos "não-civilizados" de acordo com o "darwinismo social" e, posteriormente, através da Lei de Terras e da "necessidade" de ampliar as fronteiras agrícolas do país, o último como argumento que, infelizmente, prevalece até hoje. Nesse sentido, o próprio Governo prioriza os grandes produtores do país em detrimento dos mais de 800.000 indígenas, segundo o IBGE, que, majoritariamente, têm seus territórios invadidos e degradados e são os que mais sofrem com a concentração de terras no país. Com a perpetuação desse quadro, o Poder Público deixa de realizar sua função em atender a todos os cidadãos do país e a triste história dos indígenas é repetida mais uma vez.        Outrossim, os mesmos sofrem com problemas como falta de segurança e desrespeito a sua cultura quando não têm suas comunidades preservadas e nem o Estado, nem a sociedade contribuem com os meios de preservação cultural dados com ênfase às outras manifestações culturais, como as festas religiosas. Em paralelo, o êxodo para o meio urbano é crescente em busca de melhores condições de vida que não são garantidas em suas comunidades e os direitos essenciais a todo cidadão, muitas vezes, não alcançam a eles, como o direito à educação e à saúde de qualidade, estabelecidos na Constituição que precisam estar disponíveis aliados às práticas dos indígenas.         Evidencia-se, portanto, a necessidade do Poder Público e da sociedade em efetivar os direitos dos indígenas e impedir a perpetuação da história de exploração de desrespeito aos mesmos. Objetivando isso, garantir a eficácia do Estatuto do Índio é o primeiro passo a ser dado pelo Governo, através, por exemplo, da busca pela maior rapidez em resolver as questões indígenas e relativas às demarcações de seus territórios, bem como ao aumento das fiscalizações e punições em casos de exploração de trabalho ou desrespeito aos limites estabelecidos. Ademais, as instituições educacionais podem promover campanhas e projetos de divulgação da identidade indígena e da importância em preservá-la, por meio de passeios educativos em comunidades, palestras e projetos sociais.