O famoso adágio de que o Brasil foi descoberto em 1500, carateriza, com maestria, o esquecimento da sociedade no que se refere à população indígena, a qual já habitava o país na época de sua famosa "descoberta". Essa indiferença e preconceito social, junto à negligência do governo, são os maiores responsáveis pela pouca valorização da cultura indígena no Brasil, a qual encontra-se seriamente ameaçada e menosprezada na atualidade. É importante ressaltar, a princípio, que os índios contribuíram e ainda contribuem para a miscigenação vigente no país, uma vez que seus valores e princípios são amplamente utilizados pelos seus habitantes, seja índios ou não. Muitas palavras empregadas pelos brasileiros em seus cotidianos, também refletem essa rica cultura indígena, como por exemplo: abacaxi, arara, caipira, catapora e muitos outros. Além disso, objetos como a rede, a peteca e a canoa, também colaboram para a extensa diversidade. No entanto, apesar de toda a influência propiciada pela antiga comunidade, a negligência advinda do Governo impede o crescimento e a existência da mesma. A construção da hidrelétrica de Belo Monte, a título de exemplo, tem impactado diretamente o meio de vida de muitos índios, fato este que expõe a indiferença governamental perante o referido público. Outrossim, é importante frisar que a rejeição contra a comunidade não é um viés contemporâneo, uma vez que a mesma está presente no país desde a supracitada colonização portuguesa, em 1500. Frente a isso, cabe citar o conceito do físico Albert Einstein, de que é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito. Esse raciocínio expressa, simples e claramente, a resistência da discriminação social contra a população indígena, a qual impede que os nativos tenham uma vida normal e segura. A exemplo disso, tem-se um episódio ocorrido em 2015, no estado de Goiás, o qual uma mulher, ao saber que compartilhava o ônibus com quatro índios, ordenou que o veículo parasse e os expulsasse, pois dizia-se incomodada com a presença dos mesmos no transporte. Dado o exposto, portanto, os Ministérios da Cultura, Educação e Justiça devem, em consorte, informar e sensibilizar a população sobre a valorização cultural indígena no país, mediante palestras e campanhas regulares nas escolas e na mídia, com o fito de diminuir o preconceito e a indiferença social perante a mencionada comunidade. Ademais, a Funai (Fundação Nacional do Índio), deve promover a representatividade da cultura nativa na televisão e nos rádios, por intermédio de programações, documentários e entrevistas, a fim de enaltecer e valorizar os hábitos e valores dos índios. Dessa forma, será possível extinguir a indiligência da população e do governo frente a referida cultura, além de assegurar que a mesma permaneça viva e forte no cenário brasileiro.