Enviada em: 31/05/2017

A população indígena brasileira sofreu enormes abusos desde o início da colonização do país, tendo seu trabalho explorado e seu modo de vida desrespeitado, e só tiveram seus direitos decretados definitivamente pela Constituição Federal de 1988. Entretanto, esses povos continuam vítimas de violência, perseguição e preconceito por setores da sociedade e têm sua existência ameaçada, muitas vezes acabando como refugiados dentro de seu próprio país. Nessa situação, o debate sobre a condição dessas comunidades faz-se necessário para a preservação dessas culturas que fazem parte do patrimônio do Brasil.   Primeiramente, há muita incompreensão, talvez pela falta de contato, por parte dos brasileiros sobre a realidade dos índios, os seus hábitos, os seus problemas e as suas particularidades. Em contraste com a exaltação do índio como ícone nacional pelos escritores do romancismo, muitos entendem que ele é parte do passado e que não deve ter espaço num país moderno. Dessa visão têm origem as discriminações, ataques e a falta de apoio às causas indígenas, como a luta pela demarcação de suas terras.   Ademais, no que se refere à sua cidadania, o desrespeito pelas garantias constitucionais dessas populações é um grande obstáculo para sua dignidade. Empreendimentos em detrimento desses povos são comuns pelo governo, por fazendeiros e empresários, que defendem o desmatamento de suas terras para exploração econômica ou para obras de usinas hidrelétricas, por exemplo, resultando em expulsões e combates violentos. Também são preocupantes as barreiras para a participação política e econômica e para o acesso a serviços como saúde e educação. Tais problemas dificultam a independência das comunidades e resultam na fuga de seus membros, que migram para grandes centros urbanos em busca de emprego e perdem o contato com sua cultura original.    Diante desses fatos, é urgente que seja promovida uma maior compreensão e valorização do indígena e, como consequência, que haja avanço contra os interesses que querem atacar esses povos e contra os problemas sociais que eles são vítimas. Para tal, campanhas e palestras educacionais organizadas pelos Ministérios da Cultura e da Educação ou ONGs engajadas em escolas e nas mídias de comunicação e redes sociais, com o apoio das organizações que defendem a causa indígena, como a FUNAI, que esclareçam a importância de defender essas culturas nativas e elucidar quais são os desafios que enfrentam. Enfim, cabe à sociedade civil protestar e reivindicar que as demandas dos povos nativos sejam respondidas e, assim, defender a sua ascensão das dificuldades a que eles foram submetidos historicamente.