Enviada em: 01/05/2017

1500: início da ruptura indígena     A colonização portuguesa consistiu na desterritorialização indígena. Por meio da apropriação, a cultura indígena foi, aos poucos, sendo apagada do Brasil. Seja de forma bélica, jurídica ou simbólica, o fato é que os índios não têm a sua importância reconhecida para a formação do país, sendo ignorados ou vistos como atraso. São diversos motivos que sustentam os pilares do preconceito, podendo-se destacar dois: eurocentrismo e desconhecimento da história nacional.        Segundo Milton Santos, a globalização se dá por três vieses, sendo um deles como perversidade. De acordo com essa ideia, o encurtamento entre locais outrora distantes diminuiu, por outro lado, laços próximos se afrouxaram. Enquanto isso, a supervalorização da cultura estadunidense/europeia fez com que a nacional fosse desprestigiada. Uma vez que a cultura indígena se distancia perceptivelmente do padrão europeu, essa é vista como inferior e motivo de vergonha.         Além disso, a falta de conhecimento da história brasileira contribui para a desvalorização do índio. Consoante Paulo Autran, todo preconceito é fruto da burrice, da ignorância, e qualquer atividade cultural contra preconceito é válida. No entanto, a falta de aproximação com a cultura indígena forma no ideário popular a imagem de seres selvagens, primitivos e uma representação do retrocesso. Dessa forma, medidas devem ser tomadas para contornar esse problema.          Em suma, a fim de que a importância dessa população seja reconhecida, é preciso que o Estado se mostre presente. Para isso, é essencial que os estados brasileiros promovam lonas culturais com entrada franca, visto que implicará no aumento do público. Nesses ambientes, o índio poderá apresentar hábitos e costumes que a sociedade urbana tem como herança, por exemplo. Desse modo, estereótipos negativos poderão ser rompidos. Ademais, o Ministério da Cultura deve instigar as escolas a realizar debates e palestras sobre a temática, convocando ONGs e membros dos direitos humanos para informar no espaço educacional. Portanto, depois dessa ações serem tomadas, o Brasil se encaminhará para um cenário mais igualitário e menos preconceituoso.