Ameaçada, discriminada e subjugada, essas são algumas expressões que definem a atual situação de grande parte da população indígena brasileira que, em virtude da desvalorização social e cultural imposta pela sociedade moderna, sofre com o preconceito e com a violência. Há aqueles que consideram de extrema importância valorizar as populações indígenas e suas práticas culturais, outros, no entanto, consideram desnecessário continuar lutando por tais causas. Em uma análise aprofundada da situação, observa-se que os povos indígenas são alvos de preconceito e possuem sua identidade cultural ameaçada e, portanto, essa situação deve ser combatida por meio da valorização desse grupo. Outrossim, há quem considere que devido ao processo de aculturação dos povos indígenas, esse grupo perdeu sua identidade cultural, visto que compartilham dos mesmo valores e hábitos que o homem das grandes cidades, como retratado na foto do índio bebendo Coca-Cola, tornando, dessa forma, desnecessário lutar por uma identidade perdida ao longo da colonização. Entretanto, há de se considerar que, assim como definido pela comunidade de antropologia, é de extrema importância valorizar a cultura indígena que resiste até os dias atuais, afim de manter a pluralidade étnica do país, visto que a população indígena não passou por um processo de aculturação, mas sim de assimilação cultural, pois alteraram suas práticas culturais afim de adequar-se as condições impostas pela sociedade moderna. Garantindo assim, a continuidade de sua identidade cultural e de seus valores. Ademais, vale destacar que a valorização dos povos indígenas, além de garantir a pluralidade étnica do país, contribui de forma positiva para o fim da violência e do preconceito contra esse grupo. Uma vez que, assim como proposto por Weber, tais práticas aversivas existem em sociedades estratificadas em grupos que não se reconhecem, devido aos valores e ideologias que não compartilham. Assim sendo, a desvalorização da cultura indígena impede o reconhecimento social desse grupo e colabora para a persistência da violência. Torna-se evidente, portanto, que desvalorização das populações indígenas contribui para a perda de diversidade cultural do país e para a persistência da violência, situação que deve ser combatida. Cabe às ONGs, voltadas para às questões indígenas, realizarem campanhas de cunho social, com a participação de antropólogos e historiadores para compartilhar a cultura indígena, visando socializar o reconhecimento cultural desse grupo. Compete ao Ministério da Educação implementar, nas aulas de história do ensino médio, debates sobre a questão indígena no Brasil, afim de desconstruir concepções preconceituosas. Além disso, compete à Mídia, por meio de propagandas e peças publicitárias, estimular debates sociais sobre as práticas aversivas contra os povos indígenas, visando coibi-las.