Enviada em: 29/10/2017

Ao chegarem às terras tupiniquins, os colonizadores europeus se depararam com povos peculiares que habitavam o território, aos quais nomearam de índios. Povos esses, que foram subjugados pelo etnocentrismo do 'homem branco', e desde então criou-se uma cultura de insidioso preconceito. Nesse contexto, cabe analisar como a herança histórico-social perpetua a discriminação e como o poder estatal negligencia os direitos dos nativos.   O olhar impresso na carta do escrivão Pero Vaz de Caminha revela como os portugueses subjugaram a nação indígena, e o Brasil hodierno perpetua essa herança xenofóbica. Visto que, a partir da chegada dos europeus, houve um intenso extermínio dos povos nativos através de doenças, escravidão e conflitos contra os colonizadores. Nessa conjectura, a sociedade naturalizou e ainda reproduz a inferiorização do índio, através da visão folclórica do mesmo; além da tentativa de civilizá-los, como fizeram os jesuítas na catequização, em detrimento a crenças e rituais indígenas.   Outrossim, aliado ao preconceito institucionalizado, o poder público ainda permanece negligente quanto aos direitos constitucionais dos povos indígenas. Apesar da aprovação do Estatuto do Índio em 1970, que reconhece o direito sobre as terras que ocupam, os interesses socioeconômicos prevalecem. De maneira análoga as expedições dos bandeirantes, o avanço da agropecuária adentra o território indígena, o que gera conflitos sobre a demarcação de terras. Dessa forma, a manutenção do território e cultura permanece como desafios para população aborígene.   Convém, portanto, que o etnocentrismo seja combatido. É imperioso que o Estado assegure os direitos dos indígenas, especialmente na demarcação de terras, e na fiscalização de projetos que cause impacto a essa comunidade, para preservação de seu habitat. Cabe ao Ministério da Educação incluir a história e cultura indígena na grade curricular, com o fito de descontinuar tal preconceito. Assim, o índio, mais que guardião da herança histórica, continuará parte do presente e futuro do Brasil.