Após um período de extrema desvalorização da cultura indígena, a Constituição Cidadã, de 1988, garantiu diversos direitos aos povos indígenas. A demarcação das terras, prevista nesse período, até hoje não foi efetivada. Assim, há possibilidade de perca da cultura desses povos, seja pela influência do mundo capitalista, seja pela falta de terras. Inicialmente, é necessário pontuar os impactos da tecnologia sobre a cultura indígena. As heterogêneas comunidades, possuem de modo geral uma economia autossuficiente, que aproxima-se ao comunismo primitivo. À medida que muitas reservas estão cercadas de um modo de vida urbano, sobretudo em São Paulo, elas estão submetidas à produtos industrializados, assim como seus costumes. Assim, a expansão das cidades, em detrimento das reservas, como ocorreu recentemente com a Terra Indígena Jaraguá, implica diretamente na perca cultural, da saúde e da educação indígena. Outrossim, não basta apenas preservar a cultura entre os índios, é necessário que ela seja divulgada. Sabe-se que com a chegada dos portugueses, o nativo já estava estabelecido há anos no território brasileiro. Deste modo, é de suma importância divulgar a cultura indígena aos jovens, uma vez que o verdadeiro povo brasileiro é aquele que sempre viveu em harmonia com a natureza. Durante a Ditadura Militar, essa cultura foi esquecida e reprimida, ao mesmo tempo que a "decoreba" era incentivada nas escolas brasileira. Além disso, muitas aldeias permanecem desconhecidas, de modo que existem tabus em relação ao convívio direto com essas culturas. Atualmente, segundo o censo, são mais de 300 etnias indígenas, o que evidencia a grande pluralidade cultural desconhecida pela grande massa. São necessárias, assim, medidas que não só garantam a manifestação cultural indígena, como também divulguem a mesma. É papel da FUNAI, em consonância com o Ministério da Justiça, garantir a posse das terras indígenas, bem como sua demarcação efetiva. Cabe as mídias de massa, dar voz aos indígenas, seguindo exemplo dos debates promovidos pelo Jornal da Cultura. Por parte dos povos indígenas, é interessante que recebam visitantes em suas aldeias, intermediadas por historiadores, ONGs e outros indivíduos inseridos em ambos os meios. Por fim, é papel do Ministério da Educação, realizar uma reforma do ensino de História nas escolas, de modo que a cultura indígena seja mais trabalhada, em detrimento da história do povo europeu, por exemplo.