Enviada em: 09/08/2019

O sociólogo Durkheim alegava que a consciência coletiva é imprescindível à coesão social. Nessa perspectiva, a falta de empatia com o próximo, inerente as consternações as quais dificultam o progresso ecológico, interfere nas relações sociais e do bem-estar comum. Isso se deve, sobretudo, a escassez de fiscalizações estatais para proteger o meio ambiente, bem como à carência da conscientização sobre tal temática entre as famílias. Essa circunstância demanda uma atuação mais arrojada entre o Estado e as instituições formadoras de opinião, com o fito de superar tais mazelas.       De fato, é indubitável que a questão estatal e sua aplicação contribuam para potencializar o problema. Nesse viés, a ONU relata o risco de extinção de quase 1 milhão de espécies da fauna e da flora. Sob esse prisma, denota-se a constante agressão ao patrimônio nativo, haja vista, não haver, mormente, a monitoração adequada das áreas de preservação no combate a biopirataria e a exploração indiscriminada dos recursos naturais. Esse impasse confirma a negligência do governo em preservar as áreas ambientais, a julgar que a lógica capitalista supera os cuidados com o ecossistema. Por certo a tais fatos, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) registrou o menor número de multas aplicadas ao desmatamento nos últimos 11 anos. Tal situação corrobora para a inviabilidade do progresso de sustentabilidade em virtude, particularmente, da busca intensa do lucro.           Outrossim, conforme o sociólogo Zygmunt Bauman, a presença da modernidade líquida se dá a partir da fluidez nas relações do cotidiano. Mediante tal premissa, a existência massiva de famílias desorganizadas está sensivelmente ligada ao desequilíbrio sustentável. Essa situação abjeta relaciona-se a insuficientes diálogos entre os indivíduos, tendo em conta, muitas vezes, não considerarem a discussão em grupo necessária ou, inclusive, deterem as mesmas condutas de infração. Com isso, o filósofo Pierre Bourdieu, em sua obra "Habitus" demonstra que a reprodução de comportamentos se disseminam para a geração, o que, fatalmente, incentivará os indivíduos a adotarem as práticas da poluição e os descartes inadequados do lixo, por exemplo, como continuante para a descendência.        Urge, portanto, que, diante da realidade nefasta da instabilidade sustentável a necessidade de intervenção se faz imediata. Para tanto, cabe ao poder público, em consonância com o Ministério do Meio Ambiente, ampliar a inspeção das áreas de conservação, por meio de aplicativos de mapeamento para o alcance em áreas de difícil acesso, com o escopo de impedir a exploração ambiental e a maioridade do poder capitalista. Ademais, compete à escola, conjuntamente com à família, elaborar fóruns de discussão pedagógica, por intermédio de mesas redondas, a fim de estimular o senso crítico e o esclarecimento dos cidadãos na proteção das riquezas naturais. Logo, a realidade atual mudará.