Enviada em: 03/07/2018

Retratada como objeto de desejo de pastores durante o Arcadismo, idealizada e tida como frágil pelos autores românticos e comparada a animais no contexto do Naturalismo, a mulher sempre foi referida nas obras literárias brasileiras. No entanto, somente no Modernismo ela passa a ter voz e, pela primeira vez na história do país, figuras femininas como Anita Malfati e Tarsilla do Amaral equiparam-se a grandes nomes masculinos, como Mário de Andrade e Lima Barreto. Contudo, apesar da isonomia no cenário artístico, ainda há muito o que ser conquistado por elas para que se solidifique a completa equidade entre os gêneros, seja na esfera política, seja no mercado de trabalho.         Nesse contexto, o problema da desigualdade tem raízes antigas e reflete no mercado de trabalho atual. Dessa forma, é possível perceber que, desde o período Neolítico, a função de caça e coleta era incumbida ao homem, enquanto a mulher devia se dedicar aos cuidados com os filhos e com a moradia. Nesse viés, pode-se notar que o papel social de homens e mulheres aplicado na Pré-História, apesar de arcaico, parece atemporal. Hodiernamente, é notável que, ainda que tenham conquistado, em 1951, uma melhoria nas condições de trabalho femininas, por meio do reconhecimento da igualdade entre os sexos pela Organização Internacional do Trabalho, a luta feminista não pode parar, visto que, a realidade brasileira diverge do que fora proposto e o número de homens empregados em 2016 era 20% superior ao de mulheres na mesma situação, segundo dados obtidos pelo Fórum Econômico Mundial.        Em segunda instância, convém ressaltar a importância da luta feminina no cenário político brasileiro. Nesse âmbito, sabe-se que a mulher conquistou o direito ao voto no ano de 1934 e que, em 2011, uma mulher foi eleita para ocupar o mais alto cargo político do país. Entretanto, apesar dos triunfos femininos na política, a disparidade entre os gêneros persiste, e o reflexo desse desequilíbrio é visto no número de mulheres que ocupam cargos governamentais no país, uma vez que, segundo pesquisas do IBGE, esse valor correspondia a apenas 11% dos cargos administrativos gerais em 2017.       Mediante o exposto, faz-se necessária a adoção de medidas que solucionem a problemática. Destarte, é crie  que o Estado crie leis que estabeleçam ações afirmativas a fim de estipular um número mínimo de mulheres trabalhando em empresas estatais, para que haja um abrandamento da dívida histórica para com o sexo feminino, por intermédio da redução do número de brasileiras fora do mercado de trabalho. Ademais, é conveniente que os partidos políticos adotem práticas que incentivem a participação feminina no cenário governamental do país, por meio do patrocínio a campanhas políticas de mulheres que desejam se candidatar a cargos administrativos. Quem sabe assim, a sociedade caminhe rumo ao modernismo ao reconhecer a importância feminina no cenário nacional.