Enviada em: 15/04/2019

Júlia Lopes de Almeida foi uma das idealizadores da Academia Brasileira de Letras e que por ser mulher e teve seu nome substituído pelo de seu marido, uma vez que os demais fundadores optaram por uma comunidade exclusivamente masculina. De fato, o cenário brasileiro atual não se encontra tão distante do século passado, uma vez que a mulher ainda é marginalizada na sociedade. Frente a isso, surge o movimento feminista que luta pela equidade entre os sexos e contra a patriarcado        É válido ressaltar, antes de tudo, que a formação da nação brasileira deu-se pela submissão e objetificação da figura feminina. Prova disso era a dependência sua social durante todo o período de formação do Brasil, entre os séculos XVI e XX, em que a esposa era obrigada a realizar todos os desejos de seu marido e, caso não o fizesse, era espancada, abusada e abandonada sendo, ainda, julgada pelos próprios pais e sociedade da época. Como na série da Netflix “Coisa mais linda”, a mulher dos anos 20 era um mero objeto para ser exposto por seus conjugues, não tendo o direito de falar, trabalhar ou realizar seus próprios sonhos.         Deve-se analisar, ainda, a revolução fomentada pelo movimento feminista. Nessa ótica, a mulher do século XXI possui maior liberdade e credibilidade na sociedade, tendo alcançado, pela Constituição de 1988, o direito ao voto e assim, o início da libertação das amarras patriarcais. Nesse viés, a partir dessa conquista, a mulher deixou de representar um mero instrumento e passou a ser vista, pela sociedade, como um ser capaz e digno de decidir o futuro do país. Entretanto, apesar das inúmeras conquistas femininas, a sociedade, ainda regida pela Ação Social Tradicional de Max Weber, enxerga as mulheres como inferiores aos homens, uma vez que esses valores foram solidificados ao longo de 500 anos, como no campo do trabalho, em que, mesmo exercendo a mesma função, o salário masculino é superior ao feminino.        Infere-se, portanto, que apesar das conquistas do movimento feminista, as raízes patriarcais não foram, ainda, totalmente aparadas. Logo, é papel das escolas, em conjunto com o Ministério da Educação, liquefazer esse ideário e, para isso, deve promover programas sociais, como palestras e debates com mulheres, em que elas apresentem a indiferença entre os sexos e a necessidade da equidade para a construção de uma nação mais inclusiva, no intuito de fragmentar o pensamento patriarcal existentes nos alunos. Ademais, cabe a mídia influente o papel de conscientizar a população por meio de propagandas que contrastem o papel da mulher antes e após as conquistas alcançadas hoje, para, assim, alcançar mais simpatizantes e apoiadores da causa. Desta forma, o movimento feminista ganhará cada vez mais espaço e histórias como a de Júlia Lopes não se repetirão.