Enviada em: 01/03/2018

A onda de protestos feministas que aconteceram em 1968 completa meio século este ano. Os atos fortaleceram o movimento feminista e geraram inúmeras conquistas para as mulheres. Todavia, a ampla igualdade, fundamento de uma democracia, ainda não foi alcançada, principalmente em relação ao mercado de trabalho. Ademais, são frequentes  os atos de abusos sexuais praticados contra as mulheres.       Primeiro, existe uma grande diferença salarial entre os gêneros. Conforme informações do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID), as mulheres recebem em média 30% menos que os homens. Ainda, de acordo com a Organização Mundial do Trabalho (OIT), apenas 16% dos presidentes de empresas são mulheres. Essas discrepâncias que persistem no mercado de trabalho são contrárias as bases de uma sociedade democrática. Consoante afirma Montesquieu: "O amor da democracia é o amor da igualdade".       Além do mais, os resquícios de uma sociedade machista ainda se manifestam nas práticas violentas contra mulheres. Segundo dados do Mapa da Violência, uma mulher é estuprada a cada 10 minutos no Brasil. Entretanto, de acordo com John Locke a propriedade privada é um direito fundamental do ser humano, e não existe propriedade privada maior que o próprio corpo. E aqui, mais um dos princípios de uma sociedade contemporânea é vedado às mulheres de forma abrupta.            Por conseguinte, faz-se necessário a continuidade do movimento feminista que ainda precisa lutar pela garantia de seus direitos fundamentais. O movimento no Brasil poderia submeter ao Congresso Nacional um projeto de lei de inciativa popular, que preveja a obrigatoriedade da equidade salarial entre homens e mulheres ocupantes de mesmo cargo, com pena de multa e de indenização de 20 vezes o valor da diferença salarial para cada mês trabalhado, assim como o aumento da severidade nas penas de estupro. Tais medidas inibiriam as práticas discriminatórias no mercado de trabalho e os casos de abusos sexuais.