Enviada em: 08/08/2018

O instrumento da mudança   Sob a perspectiva filosófica de Aristóteles, a democracia surgiu quando acreditou-se que todos são absolutamente iguais entre si, sendo ela então, o modelo de governo onde a soberania é exercida pelo povo. No entanto, um cidadão, ao negligenciar seu direito ao voto, age contrário a toda a sociedade em que se insere, não exercendo sua própria cidadania. Ao observar o cenário brasileiro, nota-se que a descrença diante da atual situação do país e o conhecimento sobre política precário da população, desencadearam em uma crise de representatividade e engajamento, tornando latente a necessidade de debate e resolução dessa questão no Brasil.   Em primeira análise, o atual e caótico contexto político brasileiro, tomado por escândalos de corrupção, greves e precariedade dos serviços públicos, gerou uma incredulidade popular em relação ao governo e ao futuro da nação. Porém, consta na Constituição de 1988, em vigor no presente, que todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos. Diante disso, a situação precária do país está, e sempre esteve, diretamente ligada às escolhas realizadas pela população eleitoral.   Outrossim, a sociedade brasileira possui uma noção de política precária. A não aplicação de aulas sobre essa temática nas instituições de ensino públicas e privadas e a falta de debates fortes sobre o assunto nas diversas esferas de comunicação, ao longo das décadas, ocasionaram no desenvolvimento de uma sociedade que conhece superficialmente seus direitos políticos e sua cidadania. Dessa forma, o eleitor, sem ter discernimento quanto ao poder de seu voto e das consequências advindas da negligência ao mesmo, elege políticos de forma inconsciente e irresponsável, colocando o Brasil na mão de governantes incompetentes e que não representam verdadeiramente o povo e a nação.   A fim de solucionar essa problemática vigente no país, é necessário que o Estado, em parceria com as escolas, torne obrigatório o ensino de ciências políticas em todos os segmentos, tanto na rede pública, quanto na privada. Além disso, em parceria com a mídia, o Governo deve promover debates com sociólogos, governantes e jornalistas, abordando assuntos relacionados à responsabilidade eleitoral, dentro dos meios de comunicação e fora deles. Ambas as ações devem ser realizadas com o objetivo de tornar a população brasileira mais crítica e menos alienada diante da importância do voto consciente no cenário nacional, para que, por meio do exercício de sua cidadania, o povo seja capaz de transformar a nação.