A democratização da participação política no Brasil enfrentou um longo percurso até o seu estágio atual. Por exemplo, as mulheres só obtiveram direito ao voto em 1934, com a Era Vargas, e em relação aos analfabetos, essa garantia foi assegurada tardiamente, com a Constituição Federal de 1988. Nesse sentido, o voto consciente é importante para a sociedade brasileira e deve ser incentivado pelos meios educacionais, como forma de evitar a corrupção da máquina pública. É indubitável o papel da educação em facilitar a cognição, por parte da população, da importância de valorizar o voto. De acordo com Sir Arthur Lewis, economista britânico: "Educação nunca foi uma despesa, sempre foi um investimento com retorno garantido". Seguindo essa linha de raciocínio, é imprescindível que aulas sobre o funcionamento do sistema político brasileiro façam parte do conteúdo programado para o ensino médio nacional. Visto que, o país vive em uma democracia representativa e a escolha responsável de representantes exige esse conhecimento. Assim, faz-se necessária a atuação estatal para modificar a conjuntura, de forma a aperfeiçoar o funcionamento da democracia brasileira. Diante do elencado, o voto consciente é uma ferramenta para não contribuir com governos corruptos. Seguindo Montesquieu, filósofo, os três poderes - executivo, legislativo e jurídico - precisam ser exercidos por órgãos diferentes, que devem se fiscalizar mutuamente para evitar o abuso da função. Dessarte, esse modelo é utilizado pela maior parte das democracias modernas, no entanto, sua implementação, sozinha, não é suficiente para coibir escândalos políticos, tais quais os observados nas investigações da "Operação Lava-Jato". Desse modo, a sociedade deve ser fortalecida com o conhecimento necessário para não ser usada, por políticos desonestos, como forma de chegar ao cargo e desenvolver seus objetivos vis. Em conclusão, o voto consciente é importante para a sociedade brasileira, como forma de mitigar a corrupção e deve ser estimulado, a partir dos meios educacionais. Portanto, o Governo Federal, por meio de um direcionamento de verba para o Ministério da Educação, deve estipular a criação da disciplina de "ciências políticas", que deve ser ministrada durante toda a duração do curso de ensino médio, no intuito de incitar o voto consciente na população a longo prazo, além de utilização das novas tecnologias para auxiliar a compreensão da matéria, ilustrando: uso de documentários feitos por especialistas no tema e disponíveis na internet. Dessa forma, é possível avançar ainda mais no caminho percorrido pela democratização da participação política no Brasil, tornando-a consciente.