Enviada em: 01/08/2019

Zumbis são, conforme descrição científica, seres ''mortos vivos'' que apresentam uma evidente fragilidade mental, uma sede insaciável para consumir carne humana e encontram-se em aglomerados. De maneira análoga, tal cenário da ficção assemelha-se à realidade brasileira, haja vista a dependência de alguns usuários às drogas, o que fez ser sancionada uma lei que prevê - mediante laudo médico - a internação involuntária desses indivíduos. Paralelamente, há dois fatores que não podem ser negligenciados: o ciclo vicioso e a reinserção social.     Deve-se analisar, primordialmente, que o dependente - em muitos casos- não consegue pedir ajuda para realizar o tratamento. Nesse sentindo, vários usuários vivem em situações insalubres e não têm perspectiva de curar o vício, uma vez que muitos deles são abandonados pela família e vivem na rua. Por conseguinte, essa situação pode favorecer o crime organizado pois, conforme o filósofo Francis Bacon, o comportamento humano é contagioso - torna-se enraizado e frequente à medida em que se reproduz. Dessa forma, de acordo com dados do G1, um em casa três presos responde por tráfico de drogas, logo, é indubitável a necessidade da internação involuntária para promover a reabilitação e atenuar a problemática.    Outrossim, é importante destacar que os dependentes químicos são marginalizados na sociedade, o que dificulta a reinserção social. Diante disso, na obra ''Os Miseráveis'', do autor Victor Hugo, o personagem Jean Valjean, após cumprir a pena sobre seus delitos, não conseguia oportunidades de trabalho ou moradia, graças aos seus erros passados. Nessa perspectiva, muitas pessoas têm uma visão negativa dos dependentes e os trata com inferioridade, um aspecto que - mesmo depois da reabilitação - faz com que tais indivíduos sejam excluídos socialmente.     Em virtude dos fatos mencionados, depreende-se a necessidade de uma ação conjunta entre o Governo Federal e a mídia para atenuar a problemática. Logo, é imprescindível que o Governo, em parceria com empresas privadas, por meio de verbas e políticas públicas, crie oficinas de trabalho nas clínicas de reabilitação, com o intuito de proporcionar uma melhor reabilitação aos pacientes e garantir um tratamento mais eficaz, com reinserção na sociedade. Ademais, cabe a mídia, por meio de projetos de cunho educativo, desenvolver e disseminar - mediante as redes sociais - campanhas com a temática da valorização e apoio que a população deve oferecer aos usuários que estão em tratamento, com o fito de ajudá-los a concluir essa fase e curar o vício. Somente assim, poder-se-á afirmar que a pátria educadora oferece mecanismos exitosos para tornar eficaz a internação involuntária de dependentes químicos no Brasil.