Enviada em: 21/08/2019

Os tratamentos de saúde que envolvem internações têm como objetivo tratar o paciente de forma mais direta e eficaz. No que tange ao tratamento de dependentes químicos, quando de maneira forçada, abre-se uma dicotomia entre a necessidade, em virtude dos males causados, e o risco de se obter um efeito adverso.       Em primeira análise, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 75% dos jovens infratores são usuários de drogas. Nesse sentido, percebe-se que a criminalidade tem ampla relação com a dependência e esses indivíduos acabam por representar um risco para a sociedade. Logo, é nesse cenário que uma internação involuntária é necessária, visto que dificilmente o jovem irá procurar auxílio por conta própria e precisa da intervenção de um responsável.     Entretanto, há uma contrariedade em relação ao posicionamento favorável dos tratamentos forçados no que diz respeito às consequências dessa decisão. Com o amparo da lei, as famílias e o poder público possuem mais autonomia sobre os usuários e isso pode desencadear num processo de internação em massa. Dessa forma, os sujeitos podem desenvolver comportamentos agressivos e depressivos por não terem seu livre arbítrio respeitado.         Em suma, os constantes debates sobre as internações involuntárias divergem opiniões e enfatizam a importância de um equilíbrio entre as partes. Portanto, cabe aos hospitais, por meio de psiquiatras e terapeutas capacitados nessa área, examinar cautelosamente cada caso para definir se há a necessidade de hospitalizar os indivíduos de forma compulsória. Além disso, as clínicas devem ser preparadas para receber essas pessoas, a fim de evitar os tratamentos em massa e as suas possíveis consequências .