Enviada em: 30/11/2018

A natureza da impunidade       A internet surgiu durante a Revolução Técnico-Científica, a partir da década de 1970, como uma ferramenta de inclusão, com o intuito de facilitar a vida dos usuários –gerando integração social e geográfica. Entretanto, ela acabou tornando-se, também, um local de exclusão e discriminação, haja vista o grande número de episódios de bullying nas redes. Dessa forma, é preciso analisar essa problemática em virtude de suas consequências e sob uma ótica filosófica.         Mormente, destaca-se o caso Amanda Todd, jovem canadense que cometeu suicídio motivado por bullying virtual, após ter fotos íntimas vazadas nas redes sociais. Nesse sentido, observa-se o quanto a humanidade pode ser cruel quando se encontra em um ambiente em que se sente impune, já que tais atitudes levaram uma jovem a tirar a própria vida em decorrência de constantes ameaças. Logo, fica claro que a sociedade precisa evoluir, assim como essas práticas devem ser devidamente criminalizadas.        Outrossim, é importante ressaltar que, logo após o surgimento da internet, pesquisadores dedicaram-se a estudar os efeitos que essa tecnologia teria na esfera social. Dessa maneira, avalia-se o pesquisador Pierre Lévy que, em sua obra “Cibercultura”, afirma que o virtual é uma potência do real, no qual as interações sociais na internet podem propagar os piores conflitos do indivíduo. Em suma, o comportamento humano permanece o mesmo, tendo sido apenas transferido a um lugar com maior dificuldade de identificação e punição, por isso, é urgente que sejam criados mecanismos que acabem com essa “impunidade”, visto que o cyberbullying é um crime grave e desprezível, fruto da falta de compaixão com o próximo.       Destarte, está evidente que a sensação de impunidade associada à natureza humana são agravantes para a persistência dessa problemática e devem, portanto, ser combatidas. A princípio, o Poder Legislativo precisa sancionar uma lei própria para o cyberbullying, com penas maiores, passíveis de aumento em casos de qualificação criminal, por meio de votação no plenário, para que os criminosos sintam-se intimidados diante da punição e, assim, não cometam esse ato. Ademais, o Ministério da Justiça deve criar uma divisão especial de investigação de crimes virtuais, nos órgãos policiais, além de adquirir equipamentos de última geração que facilitem a identificação dos delinquentes, por meio de verba federal, para que a justiça seja efetiva e o sentimento de impenitência. Feito isso, a sociedade se aproximará do objetivo primordial da internet.