Na série "13 reasons why", original da Netflix, uma jovem comete suicídio, tendo como uma das razões um menino que divulgou uma foto íntima da jovem para todos os alunos da escola pela internet, mostrando o uso inadequado da internet pelos adolescentes. Entretanto, fora da ficção, essa é uma realidade constante no cenário brasileiro. Dessa forma, seja pela falta de conscientização sobre a problemática, seja pela falta de ação governamental, esse revés persiste. É indubitável a mudança ocorrida no cotidiano das pessoas após os avanços alcançados na área da informática. Todavia, esse novo estilo de vida, envolto de tecnologia, ao mesmo tempo em que facilitou e acelerou muitos processos, principalmente na comunicação, gerou problemas sérios como crimes virtuais de ódio e cyberbullying (bullying na internet). Ou seja, a internet vem sendo usada, por muitas pessoas, para propagar ofensas, calúnias e materiais confidenciais alheios, levando pessoas a entrarem na depressão, terem fobia social e até a cometerem suicídio. Este cenário demonstra o caos gerado pela falta de conscientização sobre o uso das redes sociais. Outrossim, o Código Penal Brasileiro puni, através de pagamento de indenizações ou prisão, os chamados crimes virtuais. Porém,a maioria desses atos ilegais não chegam a ser denunciados, não somente pela falta de conhecimento do que é considerado crime virtual e quais os direitos da vítima perante o ocorrido, como também, pela falta de instrução de onde e como efetuar a denúncia. Segundo Jean Paul Sartre, toda violência, independente da forma como se manifesta, é uma derrota. Seguindo esse pensamento, tanto o crime digital de preconceito, apologias e ameaças, quanto a falta de comprometimento do governo,em deixar a população sem entender seus direitos e expostos a essa problemática,são sinais de derrota. De acordo com o exposto, uma das medidas necessárias para combater o impasse seria a criação de delegacias especializadas em crimes virtuais em vários municípios, através do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em que a população possa tirar dúvidas e efetivar denúncias, acelerando o processo de julgamento e punição desses casos. Também, cabe às redes midiáticas, como televisão, revistas e redes sociais (Facebook),a divulgação de comerciais informativos, com fotos ou videos, mostrando a gravidade dos crimes virtuais e o que eles podem gerar, tanto para o criminoso (as punições), quanto para a vítima(os traumas), a fim desse impasse ser superado.