Enviada em: 10/07/2017

Pitágoras, grande matemático grego, diz em um momento célebre de sua vida que é preciso educar as crianças para não ser necessário castigar os homens. Quiçá, hoje, ele percebesse oportuna sua citação. A postura de muitos cidadãos frente ao cyberbullying é uma das faces mais perversas de uma sociedade em desenvolvimento. Com isso, surge a problemática da violência virtual, ligada profundamente à realidade do planeta.     Conforme uma pesquisa realizada pela Intel, cerca de 21% de crianças e adolescentes de 8 a 16 anos já sofreram tal agressão. Também, aproximadamente 30% dos adultos brasileiros já foram vítimas, evidenciando que não são só jovens os sofredores. Segundo Jean Paul-Sartre a violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota. Nesse sentido, é perceptível o grande dilema que as pessoas enfrentam; uma vez que muitos cultivam a sensação de que o âmbito virtual é uma terra sem leis.     Contudo, é indubitável que a questão está longe de ser resolvida. Por medo ou ameaça dos agressores, muitos não os denunciam, perpetuando, assim, sua impunidade. Além disso, a dificuldade nas investigações é um empecilho; haja vista que o anonimato dificulta a procura do criminoso.     Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. O Governo Federal, juntamente com a Associação dos Advogados do Brasil, devem criar uma ouvidoria pública e online para denúncias anônimas a fim de investigá-las, protegendo a identidade e integridade das vítimas. Outrossim, a população, juntamente com a mídia, devem se mobilizar nas redes sociais, com o fito de conscientizarem os jovens e criminosos sobre as consequências do cyberbullying.  De acordo com Immanuel Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Assim sendo, o Ministério da Educação deve instituir palestras nas escolas, ministradas por psicólogos e professores, com o intuito de minimizar o dilema entre os adolescentes e expor o tema com clareza para os alunos. Desse modo, o planeta poderá transformar-se em um lugar que Pitágoras pudesse se orgulhar.