Enviada em: 21/07/2017

Poder virtual em tempos líquidos No filme "Garota fora do jogo", Vanessa Snyder é alvo do "cyberbullying" programado pela sua amiga Stancey por conta do ciúme gerado pelo sentimentalismo amoroso. Fora da ficção, apesar da internet ser um dos maiores avanços tecnológicos já criados, tornou-se vilã devido ao seu uso indevido, principalmente, entre os jovens. Nesse contexto, há dois fatores que não podem ser negligenciados, como os fomentadores desse impasse e suas consequências. Em primeira análise, de acordo com o Código Penal Brasileiro, os crimes virtuais são delitos que recebem punições. No entanto, apesar de existir uma lei que é contra essa violência, muitas pessoas não denunciam os delitos promovidos no ambiente virtual, o que aumenta o número de vítimas. Tal situação vai de encontro ao pensamento do ativista político estadunidense Martin Luther King, o qual mostra que o silêncio dos bons é mais preocupante que os gritos dos maus. Dessa forma, vê-se que é necessário que as vítimas possam denunciar seus agressores para diminuir as barreiras criadas por muitas pessoas, as quais não entendem que na internet também existem regras que devem ser obedecidas para o bem-estar coletivo. Ademais, convém frisar que os efeitos dessa falta de ética virtual são a falta de segurança e as ofensas psicológicas nas vítimas. Uma prova disso está no caso da brasileira Julia Gabriele, a estudante de 12 anos foi vítima de cyberbullying por algumas páginas de "humor" de uma rede social. A garota teve que apagar a conta de Twitter dela e pediu para os agressores pararem com os insultos. Diante disso, percebe-se que muitos jovens sofrem com constantes agressões virtuais por conta, principalmente, do anonimato, ou seja, a dificuldade de identificação dos criminosos quando as vítimas querem fazer suas acusações. Medidas são necessárias, portanto, para atenuar a problemática. É imprescindível que o Governo crie projetos de conscientização nos colégios públicos e particulares com o objetivo de mostrar para os jovens as precauções que devem ter ao acessar as redes sociais. Além disso, as ONGs devem criar grupos de apoio psicológico a quem sofreu não só "cyberbullying" mas também outro tipo de crime virtual, como, por exemplo, pedofilia. Outrossim, as famílias devem incentivar os seus filhos a denunciarem os casos de agressão virtual, porque, para o filósofo francês Jean Paul Sartre, a violência, em qualquer circunstância, é sempre uma derrota. Logo, poder-se-á afirmar que a pátria educadora oferece mecanismos exitosos para erradicar os crimes oriundos de uma ferramenta virtual poderosa.