Enviada em: 21/09/2017

Olho por olho, e o mundo acabará cego      Linchar faz parte da natureza humana, desde os séculos passados. Em pleno século XV Joana D'arc, heroína francesa, foi morta na fogueira, em plena praça pública, acusada de bruxaria; sendo, a exposição de seu castigo exemplo para os demais. O fenômeno da coletividade e a pouca ação da justiça em crimes, faz com que a população queira fazer justiça com as próprias mãos.      O espírito de coletividade é um fator que colabora nos discursos de ódio através das redes sociais. Sozinho, o indivíduo se sentiria inseguro de publicar textos ofensivos mesmo que o destinatário tenha praticado um crime de alta gravidade, porém, na internet conta-se com o apoio de um grande número de internautas praticando o mesmo ato, o que dificulta na responsabilização dos autores. O sociólogo Richard Sennett conceituava o termo tribalização como o ato impulsivo e animalesco de solidariedade aos semelhantes e agressão aos diferentes.      A justiça brasileira é falha e lenta nos diversos aspectos, isso faz com que a população vendo o descaso com crimes queira praticar justiça com as próprias mãos, trazendo à tona a famosa lei do Talião do código de Hamurabi que diz "olho por olho, dente por dente." Os linchamentos se iniciam de forma virtual e muitas vezes partem pro real, como no caso da torcedora gremista, atacada na internet por ter chamado o goleiro do time adversário de macaco; e, posteriormente teve sua casa incendiada.      Portanto, visando solução para linchamentos virtuais, cabe ao poder executivo, ou o presidente da república criar uma lei que tipifique esse tipo de crime, já que ela não existe na Constituição brasileira. Ademais, cabe às escolas salientar o uso correto da internet e suas consequências caso isso não seja feito, dando ênfase ao fato de um crime não justificar outro.