Enviada em: 30/10/2017

Internet: uma ferramenta para a disseminação do ódio      As redes sociais possibilitaram o fim das barreiras geográficas, facilitaram a expressão de opiniões, são muito importantes nos debates políticos e como ferramenta democrática, como na Primavera Árabe, onde a internet teve papel essencial nos protestos. Porém, o empoderamento da opinião individual também trouxe consequências negativas, sendo uma delas o crescimento do discurso de ódio, cada vez mais comum nas redes sociais. É imprescindível impor limites para a liberdade de expressão pessoal, quando ela fere outros indivíduos. Para isso, vale ressaltar por que o Brasil é tão intolerante e até que ponto vai a liberdade.       Primeiramente, vale ressaltar o histórico brasileiro com regimes autoritários. Apenas durante o período de República, nosso país esteve durante a maior parte do tempo sob ditaduras, como o Estado Novo de Vargas e a Ditadura Militar. Nossa democracia não teve oportunidade de amadurecer, fazendo com que a população não tenha facilidade em lidar com a diversidade. Assim, as redes sociais são o lugar perfeito para a disseminação de ódio contra as minorias, de cunho político e relioso, já que garante certo anonimato e a ilusão que crimes cybernéticos não são puníveis pela lei.     Ademais, a liberdade, quando garantida na Constituição, não é ilimitada. Os limites são dados por outros direitos garantidos, como intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas. Também é papel do nosso país garantir o bem de todos, sem discriminações. Nossa liberdade não pode entrar em conflito com os direitos de outras pessoas. Se usada de forma ilimitada, a livre expressão de pensamentos vai contra os valores democráticos que regem nosso país. Assim, o discurso de ódio e o cyberbulling trazem discriminação e a apologia à violência contra determinados grupos.     Medidas devem ser tomadas, portanto, para diminuir o volume de discursos de ódio na internet, que podem atacar diversos setores da sociedade. Para tal, delegacias especializadas em crimes cybernéticos devem ser fundadas pela Governo Federal, com o intuito de investigar denúncias sobre discursos de ódio, possibilitando que o indivíduo perceba que o anonimato que a internet traz é ilusório. O Poder Legislativo deve formular leis específicas contra crimes digitais, com penas mais severas, sendo que o preconceito alcança um número muito maior de pessoas pela internet do que pessoalmente. As empresas como o Facebook e o Twitter devem também facilitar a denúncia de conteúdo impróprio pelos usuários. Com ações em prol dos direitos humanos nosso país será um bom lugar para todos os brasileiros.