Alienados.com A Guerra Fria (1945-1991) possibilitou a criação e o avanço de incontáveis tecnologias, como a internet, a qual encontra-se vultosamente presente na rotina das pessoas contemporâneas. Essa possibilita que os usuários tenham um grande leque de informações e notícias diariamente e, além disso, que as disseminem de maneira rápida e informal entre si, o que colabora com o adormecimento do senso crítico e com o despertar da alienação virtual nos internautas. Precipuamente, vale lembrar que a internet é uma grande conquista social e uma ferramenta muito útil aos que sabem utilizá-la. Atualmente, entretanto, o número de pessoas que a usam incorretamente, isto é, sem reflexão e criticidade sobre o que aparece nas telinhas, é assustadoramente grande, fato este que favorece o índice de disseminação de notícias falsas pela internet. Em 2019, a título de exemplo, uma internauta assustou muita gente ao fotografar e espalhar a imagem de uma suposta rachadura na 2ª Ponte da Grande Vitória, no estado do Espírito Santo, sendo que, na verdade, era simplesmente uma fenda de dilatação (tecnologia presente em qualquer construção). Esse episódio, além de retratar a propagação informal de uma notícia, expõe também a aceitação direta desta por parte dos usuários, o que desestimula o senso crítico destes. Outrossim, a virtualidade também pode representar uma alienação enorme, uma vez que a criticidade dos cidadãos é pouco exercitada na atualidade, o que confirma o pensamento do físico Albert Einstein, de que o progresso tecnológico é como um machado nas mãos de um criminoso. Essa alienação acontece quando o indivíduo sujeita-se a uma informação e infere que ela seja uma verdade absoluta, pois muitos ainda idealizam a internet como um espaço livre de enganações, correspondendo com a filosofia do sociólogo Zygmunt Bauman de que a internet é um local de liberdade ilusória. Dado o exposto, é inquestionável que a internet precisa ser melhor utilizada pelos usuários. Dessa forma, o Estado deve, em parceria com as emissoras de TV, conscientizar a população sobre os perigos do uso indevido dos meios virtuais, por intermédio de programações informativas nos horários de maior audiência, com o fito de estimular o senso crítico do público. Além disso, com a mesma finalidade, o internauta deve investigar a veracidade das informações, mediante busca de fontes confiáveis e populares. Ademais, o Estado também deve diminuir a disseminação de notícias falsas na rede pela atribuição de multas rigorosas aos responsáveis, com o auxílio de tecnologias de ponta que localizem a origem do impasse. Dessa forma, somente, a internet será um mecanismo útil a todos e não mais restringirá a capacidade reflexiva dos seus usuários.