Enviada em: 22/06/2019

No romance 1984, o escritor George Orwell apresenta um mundo distópico, onde a população vive sob um ininterrupto controle de escolhas e pensamentos. Nele, existe o Ministério da Verdade, que distorce as melhores informações para persuadir as pessoas que ali vivem. Apesar de ficção, essa realidade pode ser projetada para a contemporaneidade, na qual a internet se mostra como protagonista no processo de restrição reflexiva dos usuários. Cabe, então, analisar as facetas negativas e positivas dessa tecnologia para, de alguma forma, conciliá-las.       Em primeiro lugar, é evidente que houve a perda do mecanismo de debate na atual sociedade. Nesse aspecto, em 2016, o dicionário de Oxford elegeu pós-verdade como a palavra do ano. Isto é, a seleção subjetiva de informações em detrimento do aspecto dialético. Com isso, a internet, com os chamados algoritmos de controle, funciona como um mecanismo catalisador. Afinal, seleciona e apura os dados e notícias que melhor se aninhem ao direcionamento político e ideológico do usuário. Dessa forma, a reflexão sobre eles se torna cada vez menor.       Não obstante, é importante ressaltar os avanços que a rede global propiciou ao mundo contemporâneo. Nessa perspectiva, o pesquisador Atila Iamarino, em palestra TED, explica esse fato. Segundo ele,  no passado, as pessoas tinham um conjunto de informações muito limitado, acessado por uma minoria. Assim, com o advento da internet, foi possível uma democratização cada vez maior do acesso a dados e notícias. No entanto, como disse o próprio palestrante, existe um mau uso dessa tecnologia, o que leva a problemas, como os ditos anteriormente.        Portanto, é mister que se tome providências acerca desse panorama. Nessa perspectiva, é possível que o Ministério da Cultura invista em workshops públicos, com atividades práticas sobre o uso correto da internet. Dessa forma, ao atrair essas pessoas por meio de propagandas governamentais, será possível gerar maior capacitação. Com isso, haverá um público mais crítico, afastado da distopia denotada Orwell.