Enviada em: 31/07/2019

Apesar da internet ser considerada a maior revolução tecnológica comunicacional da história, o seu uso excessivo, sem cautela, pode acarretar sérios riscos. Já que se tornou essencial na vida cotidiana das pessoas pelo fato do rápido acesso à informação, a plataforma tem a capacidade de moldar os pensamentos e atitudes do usuário pela difusão de conteúdo, seja ele falso ou verdadeiro.    Em primeiro lugar, cabe ressaltar que o acesso à internet é de grande valia para a o desenvolvimento da educação. No entanto, pessoas menos instruídas, sobretudo os jovens e adolescentes, caracterizados por viverem nessa realidade paralela, sofrem com sérios danos caso o uso dessa ferramenta seja sem precauções. Conforme a revista “Exame”, as famosas “Fake News”, que tem o propósito de divulgar notícias falsas com o intuito de prejudicar a vítima, foi uma variável de extrema importância na decisão das eleições presidenciais brasileiras. Por consequência do alto bombardeamento de informações que os usuários são alvos diariamente, torna-se cada vez mais difícil checar as fontes das informações divulgadas. Esse processo contínuo inibe a capacidade de reflexão do leitor acerca do assunto, que acaba adotando uma opinião equivocada a partir dos dados ao qual ele teve acesso.   Faz-se mister, ainda, salientar que a promessa de pluralidade e liberdade de expressão atuam como impulsionadoras do problema. Visto que, a presença dessas características reduz a presença de leis e fiscalização nesse ambiente. Prova disso é a Lei do Marco Civil, que visa garantir proteção aos usuários e prevenir as más condutas na web, não consegue ser executada com eficiência por causa do anonimato no mundo virtual. Como resultado, os internautas, fortemente persuadidos, transformam-se como em “marionetes” nas mãos de titereiros. Além disso, o fato é ressonante ao pensamento da “sociedade líquida”, do sociólogo Zygmunt Bauman, que trata à respeito da fragilidade das relações contemporâneas, uma vez que, em contraste com épocas anteriores, em que a checagem das informações era imprescindível, hoje, tornou-se esporádica, já que não há a devida apuração das referências das informações consumidas.    Porquanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para resolver a inercial problemática. Como medida primordial, o Ministério da Comunicação deve instigar a população, por meio da mídia, em meios como a TV aberta e a internet, a contestar as notícias que recebem. Como por exemplo, com quadros curtos nos intervalos comerciais, em que desconstroem as notícias falsas mais compartilhadas, assim como os seus profundos impactos. Dessa forma, a população perceberia as reais consequências das “Fake News” e, assim, uma sociedade mais integrada seria alcançada.