Enviada em: 24/07/2019

Diversos são os fatores que contribuem para a atual situação caótica da mobilidade nas cidades brasileiras. A falta de investimentos em infraestrutura nos modais de transporte público e uma política errônea de incentivo ao uso do carro particular contribuíram para o agravamento desse problema, que é responsável, em grande medida, pela degradação da qualidade de vida das populações que vivem em centros urbanos.    Primeiramente registre-se a precariedade do sistema público de transporte, especialmente os ônibus (principal meio adotado pelas cidades brasileiras para a circulação de pessoas). Superlotação, insegurança, intervalo entre viagens estão entre os principais problemas enfrentados diariamente pelos usuários do transporte público. Vultosos aportes financeiros são necessários para a reestruturação e diversificação dos modais de transporte, para: expansão da malha ferroviária, conservação de vias, implementação de corredores exclusivos para o transporte coletivo. Os recursos aplicados, entretanto, são, sistematicamente, insuficientes.        Em seguida é necessário repensar a política do governo de incentivo a compra/uso de veículos automotores. Ao fazer isso o governo subverte a lógica de prioridade ao transporte público que deve nortear os planos de mobilidade urbana. É o que dizem especialistas em urbanismo em entrevista ao portal Elpais em 2018. Se é verdade que esse estímulo ao consumo traz algum retorno econômico ao país não se pode desprezar o impacto socioambiental que têm produzido, deixando em segundo plano o bem-estar de pessoas e agredindo, ainda mais, o meio-ambiente.        Resta claro, por fim, o papel determinante que a falta de investimentos e o incentivo ao uso do transporte individual têm na precarização da mobilidade da cidades brasileiras. Cabe ao poder público (União, Estados e municípios), através de planos de mobilidade que priorizem a locomoção coletiva, intervir ativamente na implementação de um sistema de transporte eficiente  de modo a garantir a promoção da qualidade de vida das populações urbanas.