Enviada em: 15/07/2019

Cada vez mais populosas, nossas cidades são chamativas para pessoas de todo o país e também do mundo.    É nas grandes cidades que os recursos tecnológicos e financeiros estão disponíveis com maior facilidade, o que faz com que sejam buscadas com maior frequência.     Tão comum em nosso país, a migração transformou em megalópoles municípios que, até um século atrás, não passavam de cidades medianas e hoje são comparadas às grandes cidades asiáticas, americanas e europeias.    Como não foram planejadas, essas cidades são constituídas de atividades descentralizadas, isso faz com que os locais de trabalho, os bens e serviços urbanos fiquem distanciados daqueles que as fazem funcionar.    Para ter acesso a tais lugares, por vezes, as pessoas precisam se deslocar por quase uma centena de quilômetros dentro de um mesmo aglomerado urbano, assim, são gerados congestionamentos e desgastes físico e mental para os usuários dos meios de transporte, seja o próprio, seja o coletivo.     No Brasil, a posse de um automóvel é mais que uma necessidade de locomoção: é uma questão de status, isso é o que nos mostra o antropólogo Roberto DaMatta no livro “Fé em Deus e Pé na Tábua: Ou Como e Por que o Trânsito Enlouquece no Brasil”.    A quantidade de pessoas que trafegam pela cidade sozinhas em suas máquinas é, de fato, impressionante, mas não podemos culpar o cidadão por um comportamento considerado um tanto quanto egocêntrico.    Para culminar, nossos agentes políticos demonstram ineficiência em planejamento urbano.    Grandes obras por aqui só ocorrem por ocasião de megaeventos mundiais como Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, vide a promessa histórica da ampliação da rede metroviária nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte e Salvador.     Em Belo Horizonte, por exemplo, não há avanços nesse sentido há 16 anos. Assim, os projetos não saem do papel e quem mais sofre com isso é o cidadão que precisa se deslocar diariamente por grandes distâncias.    Na cidade de São Paulo, 5 milhões de pessoas viajam diariamente em ônibus, enquanto 4 milhões utilizam o metrô. A cidade conta com uma frota de quase 7 milhões de veículos privados.    Uma das soluções encontradas foi o estabelecimento do rodízio entre carros determinados pelo número da placa do veículo.