''Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego''. O artigo XXIII da Declaração Universal dos Direitos Humanos, assegura todos os cidadãos de seus direitos trabalhistas. Porém, tal artigo encontra-se deturpado, à medida que verificamos um crescente desprestígio dos direitos sociais da mulher no mercado de trabalho. Nessa perspectiva, cabe analisar a participação feminina no âmbito de empregos, bem como os impasses de uma sociedade sexista. Primordialmente, nota-se que é crescente a atuação da mulher no mercado de trabalho e é notório o aumento de sua importância na economia. Conforme dados do Ministério do Trabalho a presença feminina, atualmente, representa 44% de participação no mercado formal. Além disso, vale ressaltar também, que as mulheres têm superado os homens nos indicadores educacionais, que acabam referindo diretamente no mundo do trabalho. Segundo o IBGE, 23,5% das mulheres com 25 anos ou mais possuem ensino superior completo, contra 20,7% dos homens. Observa-se, entretanto, que apesar da importância da mulher no mercado de trabalho a discriminação ao sexo feminino é contínua. Pois, segundo a ONU MULHERES, os salários das mulheres são 24% inferiores aos dos homens na mesma função. Tristemente, a existência desse preconceito é reflexo da valorização dos padrões criados pela sociedade sexista. No entanto, segundo a feminista Simone de Beauvoir, é pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem, somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta. Portanto, é mister que o Estado tome providências para amenizar o quadro atual. Cabe ao Ministério do Trabalho, por meio de verbas governamentais, reduzir a segregação ocupacional e as lacunas salariais entre os gêneros, salientando assim uma maior igualdade no âmbito trabalhista. Urge ainda, que esse orgão ajude as organizações de mulheres a exigirem seus direitos e influenciarem a agenda do poder público.