Enviada em: 25/04/2019

As intensas regulamentações do trabalho, a partir da III Revolução Industrial, alteraram a personalidade operária no mundo. Com isso, houve uma intensa construção de uma imagem feminina mais domesticada, uma vez que agora, somente o homem iria trabalhar para o sustento do lar. Atualmente, ainda que o atual sistema industrial seja mais flexível, a perduração desse comportamento continua subjugando o trabalho feminino na sociedade. Nesse sentido, uma análise desse conteúdo negativo se mostra importante para a avaliação da mulher brasileira no mercado de trabalho.    Inicialmente, a abordagem do trabalho feminino se mostra desvalorizada em relação ao masculino. No século XX, o sociólogo Max Weber introduziu o conceito de ação social, que busca explicar a manutenção da sociedade em função das contribuições individuais para um todo. Fazendo uma ponte com esse pensamento, é inaceitável que a parcela feminina da população continue enfrentando mais obstáculos na vida profissional, como os baixos salários e a conciliação com atividades domésticas, visto que elas contribuem para a formação social na mesma medida em que os homens também o fazem. Assim, suprimir as diferenças é imprescindível para a garantia de igualdade.    Ademais, a fraca presença das mulheres no mercado contribui para inalteração dessa realidade negligente. Segundo dados do Ministério do Trabalho (MP), de 2007 à 2016, houve um aumento de apenas 4% da presença feminina no mercado de trabalho formal. Isso significa um tímido crescimento em relação à população brasileira, predominantemente feminina, 51,5%, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Sendo assim, o antagonismo apresentado nos dados revela uma não representatividade feminina no âmbito profissional, contribuindo para a estabilidade do pensamento misógino do Brasil.   Fica claro, portanto, que a manutenção do trabalho feminino é prejudicada por dogmas sociais. Para que essa realidade mude, o Ministério da Cultura (MC), junto ao Ministério do Trabalho (MP) devem firmar acordos com empresas para o equilíbrio desse sistema, concebendo capacitações profissionais e reajustes salariais com base em incentivos fiscais, para que assim, a presença feminina se consolide no mercado brasileiro. As escolas, por sua vez, devem incluir conteúdos histórico-sociológicos em suas grades curriculares, a fim de agregar igualdade de gênero e respeito social, de modo em que não haja mais distinções de atividades por sexo. Assim, a consolidação de uma sociedade mais justa possa ser a característica de uma nova revolução industrial-social.