Enviada em: 03/05/2019

Malala Yousafzai, ativista paquistanesa, defendeu a ideia de simetria educacional entre meninos e meninas em seu país. Sendo, por esse motivo, a mais jovem pessoa a ser laureada com o prêmio Nobel da paz. No Brasil, o direito à educação é assegurado sem distinção de gênero. Entretanto, a desigualdade entre indivíduos do sexo oposto ainda persiste no mercado de trabalho, pois valores como preconceito e o machismo ainda tem influência nos critérios para o crescimento dentro dos cargos em empresas e remuneração monetária.            Em primeiro plano, é importante pontuar que no artigo 7° da Constituição Federal de 1988 há a proibição da existência de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. Porém, tal direito não é exercido na prática. Visto que, a desigualdade entre salários de sujeitos com gêneros distintos atinge quase 53%-favorável a figura masculina-haja vista um cenário análogo de comparação. Perante isso , conclui-se que, a problemática é firmada em fatores discriminatórios, evidenciados no contraste salarial entre os indivíduos em questão, já que o que difere um do outro, em uma visão trabalhista de análise, é apenas o sexo.        Além disso, o preconceito e o machismo, por exemplo, ainda se destacam como grandes empecilhos para a ocupação e ascensão em postos imersos às empresas. Em virtude que, é por tais fatores que o desenvolvimento de trabalhos domésticos, como também, a atuação, na criação dos filhos são atividades categorizadas historicamente como função feminina. Como consequência, há uma maior dificuldade de buscar o desenvolvimento profissional, pois devido aos aspectos históricos e culturais, as mesmas, necessitam administrar diversos setores, muitas vezes sem auxílio. Contrariando, portanto, a ideia de igualdade de gênero apresentada pela a filósofa francesa Simone Beauvoir em seu livro "o segundo sexo" e tornando a elite empresarial, majoritariamente, composta por homens.         Faz premente, contudo, que o Ministério Público desenvolva propostas de fiscalização da igualdade salarial em gêneros opostos com mesma função e cargo dentro de instituições privadas de produção, afim de cumprir o que é assegurado nos direitos trabalhistas e diminuir a gravidade da problemática na sociedade. Em paralelo, e baseando-se na célebre frase de Immanuel Kant : "o ser humano é aquilo que a educação faz dele" é eminente que o Ministério da Educação desenvolva campanhas, aulas e palestras que trabalhem a temática dentro do espaço escolar, objetivando formar um sociedade com ideias menos patriarcais, para que assim o mercado de trabalho brasileiro possa ser, futuramente, igualmente disponibilizado às mulheres assim como o acesso a educação foi conquistada pela menina Malala.