Enviada em: 24/05/2019

A filósofa Simone de Beauvoir, defende que só pela força do trabalho será capaz de vencer as desigualdades entre homens e mulheres. Nesse prisma, apesar de a Constituição de 1988 garantir a igualdade de gênero, essa temática ainda ineficiente, visto que a desigualdade no mercado de trabalho entre os sexos opostos perdura até hoje, seja pela ineficácia do Estado frente ao combate dessa discrepância, seja pelo legado histórico-cultural.     A priori, é fato que é omissão estatal na garantia da isonomia social corrobora para o caos. Isso acontece porque segundo o filósofo John Locke, esse impasse externa uma transgressão ao "contrato social", uma vez que o Estado não garante os direitos primordiais, como a igualdade prevista no artigo 5º da Carta Magna. Analogamente, é evidente que além da segregação dos cargos, no qual os homens ocupam os postos de maior prestígio, há uma discrepância salarial para a mesma função. Ademais, nota-se que algumas empresas buscam diminuir as contratações com o sexo feminino, pelo fato de elas terem direito ao auxílio maternidade, que por conseguinte aumentam os gastos com funcionários.     Outrossim, constata-se ainda que a perpetuação da "cultura do trabalho machista" também fomenta para o problema. Dessa forma, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 1960 apenas 16% do sexo feminino buscavam emprego, porém atualmente o número de mulheres empregadas já ultrapassam o sexo masculino e o distanciamento salarial é gigantesco, principalmente contra as negras. Nesse viés, apesar de elas terem ganhado espaço no mercado, ainda há um determinismo laboral influenciado pelo patriarcalismo. Assim, muitas empresas são caracterizadas por ambientes hostis, no qual o assédio sexual e a inferiorização do trabalho feminino é constante.     É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantia da isonomia prevista por John Locke. Destarte, o Governo Federal, junto ao Ministério do Trabalho e ao poder legislativo, por meio da correção salarial e da ampliação de vagas, deve criar diretrizes que garantam a igualdade de salário entre os sexos, bem como elabore cotas de emprego para o sexo feminino nas empresas, no intuito de amenizar gradativamente tal diferença de gênero. Ademais, à mídia, por meio de propagandas, pode mostrar os obstáculos vivenciados pelas mulheres, no fito de apaziguar o legado patriarcal no Brasil.