Enviada em: 13/06/2019

No Brasil, é crescente a participação da mulher no mercado de trabalho e é notório o aumento de sua importância na economia. É progressiva também a responsabilidade feminina no sustento da família e destaque profissional em diversos setores. Entretanto, as funções exercidas, os cargos e as remunerações dessas mesmas mulheres ainda se encontram em defasagem considerável quando comparados com os dos homens. As mulheres brasileiras ainda recebem em média 70% do salário que os homens ganham para executar as mesmas tarefas, nos mesmos postos de trabalho. Além disso, as condições de trabalho e a hierarquia nas instituições ainda desfavorecem as mulheres em relação aos seus colegas do sexo masculino. Os cargos de chefia ainda são exercidos, na maioria dos setores, por homens, mesmo em profissões tidas como historicamente femininas. As ocupações socialmente associadas às mulheres são aquelas que derivam do histórico papel social da “mulher cuidadora”. Essas profissões possuem status social e remunerações inferiores. Na saúde, por exemplo, as auxiliares e técnicas de enfermagem (cargos com menor remuneração) são em sua maioria mulheres. Já os médicos cirurgiões são em sua maior parte homens e possuem valorização social e remuneração infinitamente superiores. Essa discrepância ocorre em quase todos os setores. Um dos fatores preponderantes para a conservação desse quadro desigual envolve aspectos históricos, culturais e sociais. As mulheres continuam sendo as principais responsáveis pelas tarefas domésticas, cuidado com os filhos e demais responsabilidades familiares. A mulher continua acumulando papéis, mesmo quando inserida com sucesso no mercado profissional. Conciliar a vida profissional e as atividades da vida pessoal ainda é um desafio muitas vezes impossível para as mulheres trabalhadoras.