Enviada em: 18/06/2019

Em 1933, Pagú, em seu livro Parque Industrial, narrou a estória de vários personagens da classe proletária. Dentre várias, uma merece destaque: Corina; a personagem foi demitida do emprego devido a uma gravidez. O fato é que, mesmo quase 90 anos depois, mesmo com toda a evolução que difere o ser humano dos outros animais, o que aconteceu com Corina se repete dia após dia. Em outras palavras, lamentavelmente, ainda hoje o cenário feminino da mulher no mercado de trabalho (assim como em todas as esferas da sociedade) é injusto e tendencioso.   Em tese, a persistente desigualdade da mulher no mercado de trabalho brasileiro acontece porque, ainda que haja várias discussões acerca desta realidade, raras são aquelas que o povo realmente se preocupa, porque predomina na mentalidade da população a ideia discriminatória de a mulher ser até hoje o “sexo frágil”. Como resultado, embora o IBGE afirmar que as mulheres são a maioria da população, 51,03%; não é o sexo feminino que prevalece nos postos de trabalho – apesar de esta perspectiva estar mudando lentamente ao longo dos anos.   Mas não é apenas a falta de oportunidade que é o problema. Na prática, as mulheres (por uma razão ilógica, haja vista que exercem os mesmos papéis que os homens) não possuem seus direitos trabalhistas assegurados como têm seus colegas. Por exemplo: a diferença significativa de salário; certas empresas colocarem em cheque maternidade x carreira; o assédio que acontecem com muitas no ambiente de trabalho; dentro outros tristes fatores. Neste sentido, conquanto a jogadora Marta tenha muito mais títulos que Pelé, é sabido que, infelizmente, ela nunca teve o salario do fenômeno, nem mesmo o prestígio e o respeito que o jogador - mesmo aposentado - tem.     Em conclusão, além de o futebol ser, nesta lógica também, a face do Brasil, a personagem Corina vem para ratificar as diferenças existentes no mercado de trabalho. Logo, o Ministério do Trabalho precisa reforçar seu compromisso com a população; com uso de leis, programas e fiscalização adequada, para que qualquer irregularidade envolvendo a mulher possa ser devidamente examinada e combatida. Ademais, a mídia nacional aliada ao terceiro setor, pode investir em fóruns de discussão sobre os malefícios que o tratamento desigual acarreta para a economia, sociedade e individualidade, a fim de conceder visibilidade sobre algo tão polêmico e que merece ser debatido e esclarecido. Outrossim, cabe as Instituições de ensino, desde de o primário até a graduação, fazer campanhas de valorização da mulher no mercado de trabalho, além de manifestações pacíficas, elaborar propostas de leis e criar  aplicativos que orientem a mulher sobre seus direitos trabalhistas. Enfim, cabe a mulher erguer sua cabeça e se reconhecer como ser capaz de realizar tudo o que deseja com muita honra e dignidade.