Enviada em: 01/07/2019

O papel ocupado pela mulher no mercado de trabalho nunca foi de tanto destaque, mas ainda não há motivos para comemorar. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), elas estão mais presentes nas vagas de emprego, porem ainda abaixo dos homens. O dado também é confirmado pelo Ministério do Trabalho do Brasil, que aponta crescimento da ocupação feminina em postos formais de trabalho de 40,8% em 2007 para 44% em 2016. Apesar do avanço, o dado não condiz com o percentual de mulheres na população brasileira. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elas já são maioria por aqui, com 51,03%.       Hoje, já é mais do que normal ver a mulher no mercado de trabalho, mas nem sempre foi assim. Durante muito tempo, suas funções se limitavam a cuidar da casa, do marido e dos filhos. Afinal, o homem devia atuar como provedor do lar. Esse cenário começou a mudar, sobretudo, a partir da segunda metade do século 18, com a Revolução Industrial. Na medida em que as indústrias se fortaleciam, a necessidade de mão de obra aumentava – naquela época, o valor pago pelo trabalho feminino já era inferior. Mas mesmo com todas as ressalvas que se possa fazer ao modo como ocorreu a inserção da mulher no mercado de trabalho, esse foi um processo decisivo – ainda que lento – para a emancipação da figura feminina e a conquista do acesso à educação formal.       Os números, como já foi mencionado anteriormente, ajudam muito a entender o crescimento da mulher no mercado de trabalho. Dados dos censo demográfico do IBGE mostram que, em 1950, apenas 13,6% das mulheres eram economicamente ativas. No mesmo período, o índice dos homens chegava a 80,8%. Sessenta anos depois, os dados de 2010 mostraram que a participação feminina mais que triplicou, passando para 49,9%. Entre os homens, por outro lado, o dado caiu para 67,1%. Ao longo das últimas décadas, foi possível perceber sinais de progresso em termos de igualdade de gênero no mercado de trabalho.       Algumas iniciativas controversas tentam reverter este quadro. Uma delas é o Projeto de Lei 7179/2017, que prevê cotas para mulheres nos conselhos de empresas públicas e mistas. Mas, este tipo de medida é controversa e até mesmo pouco efetiva, vide o que acontece na política. Apesar da existência de cota mínima (30%) de candidaturas de cada sexo em eleições proporcionais, estabelecida pela Lei 12.034, de 2017, as mulheres representam apenas 10,5% da Câmara na atual legislatura. Esta proporção (10,5%) é a mais baixa da América do Sul, enquanto a média mundial de deputadas é 23,6%.