Enviada em: 16/04/2017

A felicidade                 A filosofia de Aristóteles diz que a virtude, o ponto médio dos excessos, é essencial para a felicidade. No entanto, milhares de brasileiros perdem o ponto de equilibro em decorrência das doenças mentais. Somado a isso, eles ainda sofrem com o preconceito gerado pela ignorância e pelo escasso aporte público para o tratamento das patologias psicológicas.                   Em primeiro lugar, é urgente a necessidade do debate sobre os distúrbios da mente humana. Embora, recentemente, o tema seja abordado por algumas mídias, como a série da Netflix “13 reasons why”, ainda assim, o pensamento predominante na sociedade é que a mazela mental é pieguice do indivíduo. Prova disso, são as inúmeras páginas em redes sociais voltadas para o humor do termo depressão, a exemplo da “Vestibular da Depressão”.                   Em segundo lugar, as políticas para a saúde mental no Brasil estão aquém do necessário. As unidades Caps (Centro de Atenção Psicossocial) espalhadas pelas cidades brasileiras foram um pequeno passo. Não obstante, a funcionalidade dos centros é comprometida pela falta de profissionais e medicamentos, além do curto horário de atendimento. Em contrapartida, a Holanda disponibiliza equipes para atendimentos domiciliares e intensivos para os tratamentos psicossociais.                  Desse modo, é importante o debate que envolva a comunidade e o Estado no entendimento e tratamento de um distúrbio, em muitos casos, silencioso. Por isso, as mídias televisivas, com o suporte do erário, podem abordar o tema por meio de novelas e séries para elucidar de que as doenças mentais são sérias e perigosas. Ademais, o Estado precisa disponibilizar canais para o atendimento especializado e uma unidade de pronto atendimento aos que sofrem dos distúrbios psiquiátricos. Além disso, a sociedade deve cobrar dos Três Poderes medidas que viabilizem recursos terapêuticos e entender que as mazelas não são uma fraqueza pessoal. Por fim, para recuperar o equilíbrio é necessário que os doentes sejam abraçados pelos estamentos sociais e pelo Governo para que alcancem a felicidade.