Enviada em: 14/04/2017

No mundo contemporâneo, é cada vez mais evidente a incidência de doenças mentais na população. Esse fenômeno, de abrangência mundial, atinge não somente pessoas idosas, mas também jovens e crianças, principalmente aquelas que vivem em cidades metropolitanas, onde o nível de estresse dos habitantes tende a ser uma constante.    Diversos fatores giram em torno dessa problemática. Podemos citar como fundamento desse problema a própria lógica do sistema capitalista, aliado ao descaso do governo com a saúde mental dos seus cidadãos.      O sentimento de finitude e de impotência que assola a humanidade nos dias de hoje deve-se ao fato de a pessoa não se sentir livre, pois vive presa a compromissos, horários, planos e objetivos, esquecendo ou até mesmo perdendo sua identidade como sujeito de princípios universais e eternos.      Tal desvirtuamento requer uma solução que compatibilize tanto a esfera externa, objetiva, quanto a esfera interna, subjetiva, do indivíduo, ou seja, sua saúde mental com sua vivência nas relações de trabalho, e isso deve ser realizado com a participação conjunta da sociedade e do governo, sobretudo deste, interferindo na melhoria da qualidade da saúde, na flexibilização dos horários de trabalho, no aumento da remuneração e na ampliação de áreas de lazer e desporto para os cidadãos.    Em suma, a presente crise sanitária mental ao redor do mundo atualmente revela um descompasso entre meios e fins, ou seja, entre o sacrifício e a recompensa. Dito de outro modo, será que o estilo de vida moderno, marcado pela pressa, irreflexão, confusão e exagero é realmente capaz de trazer o conforto e o bem-estar tão caros a uma humanidade que se pretende pacífica?