Enviada em: 10/04/2017

É evidente que o atual Sistema Único de Saúde do Brasil não atende às demandas de toda a sociedade. A precariedade do atendimento aos indivíduos portadores de alguma doença mental ilustra a situação das ações públicas relacionadas ao bem estar do cidadão. Além disso, o índice de patologias que atingem o sistema nervoso humano cresce de modo significativo, dados da Agência Brasil indicam que 23 milhões de pessoas possuem algum tipo de transtorno psicológico. Dessa forma, é fundamental haver discussões sobre tal assunto para que as políticas públicas sejam aprimoradas, visando oferecer tratamento adequado aos pacientes e prevenir o aumento dessas doenças.  Apesar do crescimento da porcentagem no orçamento destinado à Saúde Mental, observa-se que os locais destinados ao atendimento de pessoas com distúrbios psicológicos ainda são escassos e ineficientes para garantir o tratamento eficaz destas. Os Centros de Atenção Psicossocial, unidades criadas para promover a ressocialização do indivíduo, por exemplo, ainda estão distribuídos de forma desigual pelo país. Tal fato deve ser considerado inaceitável, visto que cidadãos de determinadas regiões têm o seu direito à saúde violado. Por isso, o debate sobre as doenças mentais devem ser estimulados, pois dessa forma é possível que a sociedade brasileira exija uma melhoria dos estabelecimentos públicos cujo objetivo é fornecer cuidados apropriados aos debilitados.   Ademais, vale ressaltar que apenas a partir dos anos 1980 o Ministério da Saúde deu início à extinção dos manicômios, locais em que os indivíduos com distúrbios cerebrais eram submetidos a tratamentos inadequados e desumanos. Esse fato, embora seja abordado de maneira fictícia, é retratado no conto ''O Alienista'', de Machado de Assis. Dessa forma, é possível afirmar que a precariedade do tratamento de doenças mentais é reflexo de uma política pública atrasada que manteve prolongadamente o funcionamento de manicômios. Estes além de isolarem uma parcela da população da sociedade, criaram um estigma sobre o assunto que se estende na contemporaneidade. Por isso, devido à escassa discussão sobre os transtornos psicológicos as pessoas consideram estes como doenças de loucos.   A ausência de debates sobre os distúrbios que atingem o sistema nervoso humano, portanto, permite que a sociedade desconheça a gravidade deste problema. Dessa forma, é necessário que haja discussões mais aprofundadas sobre o assunto para se desenvolver políticas públicas eficazes. Para isso, é importante que o Ministério da Saúde, através dos meios de comunicação, realizem campanhas explicando de modo detalhado sobre tais doenças. Outrossim, é necessário que este órgão governamental melhore o atendimento às pessoas com transtornos psicológicos, inserindo profissionais mais capacitados nos CAPS e na Unidades Básicas de Saúde.