Enviada em: 10/03/2019

Bem além do wi-fi        Mesmo com a classe política brasileira tão desacreditada pela opinião pública, os jovens nunca discutiram tanto sobre política como agora. Embora muitos critiquem como "ativismo de sofá", as redes sociais conseguiram colocar os mais novos dentro das debates públicos e da política.         De tal forma que as manifestações de 2013 pedindo passagens mais baratas e serviços públicos "Padrão FIFA" foram organizadas por redes sociais e por um público, majoritariamente, jovem. Além disso, as mídias sociais, em um país continental como o Brasil, permitem maior engajamento entre pessoas de diferentes realidades e culturas. Sentem-se empoderados. De maneira que o debate público ficou muito maior e mais democrático, conseguem pensar o país.       No entanto, muitos acreditam que esse movimento não reflete nas ações do governo e que é formado por pessoas que só debatem política até o limite do wi-fi. Mesmo que assim o fosse, a manifestação acima comprova que não é verdade, os jovens já estão inseridos na política de uma forma nunca antes imaginada. Posto que um abaixo-assinado, um comentário no twitter ou uma reclamação para o seu congressista são atitudes políticas e podem ser facilmente realizadas por qualquer pessoa de qualquer região do país.          De modo que as eleições de 2018 resultaram em uma renovação histórica no Congresso Nacional, principalmente no Senado Federal. Por mais  que o dinheiro fosse decidido por caciques de velhos partidos, muitos jovens conseguiram se eleger por meio do alcance de suas redes sociais. Por conseguinte, os jovens demonstram que acreditam na democracia e reconhecem o poder do seu voto.       Logo, a classe política brasileira precisa se adequar a esse novo momento e garantir, cada vez mais, o acesso da população aos assuntos de importância nacional. Dessa forma, não vai ser com o projeto da Assembleia Legislativa de São Paulo que tenta proibir "lives" no plenário que os políticos conseguirão o apoio dos jovens brasileiros. O que precisa ser feito é garantir transparência nos níveis federal, estadual e municipal por meio de leis que punam o agente público que age para ocultar informações da sociedade brasileira. A partir disso, a relação entre representantes e representados ficará mais leal e fiel, pois não haverá dúvidas quanto a dados passados para a população.