Enviada em: 18/04/2019

Segundo os gregos , o termo "idiota" referia-se ao indivíduo que preferia não participar dos debates e tomadas de decisões na ágora. Na contemporaneidade, apesar da ressignificação da palavra , alguns jovens adotam a mesma postura pouco atuante quanto à política, apesar do fácil acesso à informação possibilitado pela Internet. Nesse sentido, fatores de ordem educacional e histórica caracterizam a problemática.    É importante pontuar, de início, a responsabilidade das instituições de ensino de fomentar o engajamento dos jovens. Infelizmente, as escolas, muitas vezes, se configuram como ambiente de alienação e incessante distribuição de conteúdos voltados apenas para vestibulares e, por isso, reduziram o enfoque dado para a formação de cidadãos autônomos. Tal importância da educação que promove a autonomia e desenvolve o senso crítico do indivíduo foi defendida pelo educador Paulo Freire como mecanismo de transformação social. Desse forma, percebe-se o impacto de uma educação ineficiente no comportamento pouco politizado dos jovens.       Outrossim, vale ressaltar o atual contexto histórico marcado pela informatização e forte atuação da indústria cultural. Em decorrência do consumismo e da exagerada quantidade de notícias que emergem e somem com muita velocidade,as pessoas estão se tornando cada vez mais individualistas e menos preocupadas com o coletivo. Essa ideia do individualismo é defendida pelo filósofo Zygman Bauman a partir do conceito da "modernidade líquida". Com isso, os jovens, os quais possuem maior contato com as novas tecnologias, sofrem mais diretamente essa consequência e deixam de se engajar sobre as questões sociais.      É notória, portanto, a relevância de fatores de cunho educacional e histórico na temática supracitada. Nesse viés, cabe à escola, em consonância com a família, o papel de incentivar o engajamento e participação política dos jovens a fim de obter maior atuação dessa parcela fundamental da população. Tal medida pode ser efetivada por meio de projetos de pesquisa, palestras de profissionais do meio, debates em sala de aula e diálogos em casa. Ademais, cabe ao governo, em parceria com a mídia, promover campanhas que promovam uma consciência coletiva e uma reflexão quanto ao atual individualismo presente na sociedade. Tal proposta pode ser realizada a partir de anúncios e propagandas nos principais meios de comunicação. Poder-se-á, assim,  alcançar uma transformação social defendida por Paulo Freire, quanto ao comportamento dos jovens.