Sob a perspectiva de John Locke, os seres humanos nascem como folhas em branco e são preenchidos por suas experiências e influências durante a vida. Nesse sentido, a falta de jovens nos espaços de decisão social deriva de uma carência em sua formação humana. A remodelação do currículo educacional brasileiro é medida preterível frente a problemática. A priori, é importante ressaltar que, segundo a Constituição Federal, é dever estatal o oferecimento de uma educação pública que forme seres humanos. Neste prisma, Freud complementa outorgando que as influências acometidas ao sujeito durante a infância e a adolescência no âmbito escolar o governam, consciente ou inconscientemente , até o término de sua formação psicológica. Desse modo, a educação é um importante aparato para a constituição humana e quando esta apresenta ausências, estas serão refletidas no cidadão e na sua vivência no tecido social. Ademais, o currículo público de educação brasileira apresenta um déficit em seu molde ao não introduzir princípios constitucionais do Brasil aos seus jovens em desenvolvimento. Dessa maneira, as influências pedagógicas não o governarão durante sua vida e o manterão afastado dos espaços de decisão social. Além disso, com esse carecimento, atenta-se ao conferimento integral do direito a educação, garantido pela Constituição. Urge-se que o programa educacional brasileiro sofra alterações de modo a tornar-se mais abrangente na formação de seus indivíduos. Deve ser feito através do Ministério da Educação em consonância com o setor Legislativo, sob a forma de inclusão de noções básicas constitucionais no currículo escolar. Estas devem ser ministradas nas escolas por concluintes do curso de Direito em troca de carga horária, sendo estas aulas a partir do primeiro ano do ensino médio. A fim de mitigar a carência educacional que faz com que os jovens afastem-se da política, cumprir com integralidade o exercício do direito a educação e preencher essas "folhas em branco" de influições para o bom convívio da malha social.