Enviada em: 10/05/2019

Segundo o pensamento do filósofo Aristóteles, o homem é, por natureza, um ser político, sendo, portanto, impossível dissociar política da existência humana. Todavia, no atual contexto brasileiro, a sociedade - principalmente os jovens - perderam a crença na política do país, devido sua grande instabilidade e aos constantes escândalos de corrupção. Dessa maneira, é notório uma população desinteressada na participação dessa área e que desiste do seu direito de exercer a cidadania.   É importante pontuar, de início, que os jovens brasileiros representam uma grande parcela do eleitorado, o que evidencia a importância desse grupo social. Entretanto, torna-se cada vez mais comum a falta de debate e participação política dessas pessoas, seja por descredito no cenário político brasileiro devido a corrupção ou pela falta de conhecimento sobre essa área. Nesse contexto, é importante ressaltar o pensamento do filósofo italiano Antônio Gramsci, que diz que a política é o meio pelo qual os cidadãos agem e formam sua consciência, evidenciando, assim, o risco existente no Brasil dos jovens serem facilmente manipulados pela falta de autonomia política e interesse nessa esfera.   Nesse viés, é notório que a participação política é um meio muito importante de exercer a cidadania. Segundo o filósofo e pedagogo Paulo Freire, o fazer político é tarefa social de todos os cidadãos, pensamento que fundamenta e evidencia a ideia de participação política e cidadania. Todavia, o interesse político não é uma realidade no Brasil, visto que os jovens aprendem cada vez menos sobre essa área nas escolas e acabam não levando essa temática para debate, o que causa afastamento desse grupo social dessa esfera tanto para cobrar seus direitos, quanto para escolher seus representantes.   É perceptível, portanto, a necessidade de medidas para que o jovem brasileiro possa, de acordo com Aristóteles, exercer totalmente a sua natureza política. Primeiramente, é necessário que as escolas, por meio de uma abordagem da questão política que fuja do senso comum, ensinem e estimulem os alunos, desde a educação básica, a participar e se interessar por essa área, quebrando então os paradigmas existentes em torno desse tema. Outra medida cabível e que Organizações Não Governamentais (ONGs), com o apoio do Governo, possam, por meio de palestras educativas e dinâmicas, abrir espaço para os jovens debaterem política, estimulando, nesse público, a reflexão da importância da participação política para a cidadania. Caso tais medidas sejam tomadas, o jovem terá muito mais notoriedade no cenário político do Brasil contemporâneo.