Enviada em: 18/06/2019

O ano de 1992 foi marcado por manifestações de grande adesão popular a favor do "impeachment" do presidente Fernando Collor, as quais foram fomentadas ,principalmente, por jovens. Apesar do desejo por mudança continuar, 26 anos depois, o perfil da juventude mudou drasticamente - conseguinte do advento digital- e a ela a política tradicional não alcança, na verdade, afasta. Somado a isso, desconhecer-se como agente político figura como um obstáculo a plena participação civil.     Segundo o conceito de modernidade líquida de Zygmunt Bauman, o indivíduo atual molda a sociedade de acordo com sua personalidade. A troca daquela estrutura partidária, institucionalizada e centralizada por movimentos e coletivos autônomos convocados online no Brasil é uma clara demonstração da teoria do sociólogo. Porém os políticos, tão adaptados a velha política, não compreendem a nova personalidade do jovem brasileiro, legada da rápida circulação de informações nas redes sociais. Por reciprocidade, a juventude não se vê representada naqueles candidatos - o que, somada a deflagrada corrupção, gera o desinteresse pelo assunto e ,consequentemente, o negligenciamento da cidadania.      Outrossim, a ignorância dos seus direitos e deveres políticos como cidadão, figura como obstáculo a atuação popular juvenil. Como o exortado pelo estadista Franklin Roosevelt, nem sempre o futuro poderá ser construído para os jovens, mas os jovens podem ser construídos para o futuro. Ou seja, eles devem ser ensinados sobre seus direitos e deveres, que muitas vezes, para serem assegurados, precisam de cobrança ante o poder público- cobrança essa garantida pela Constituição Cidadã de 1988. Sendo o Brasil, um Estado Democrático de Direito, o poder emana do povo pelas vias diretas, como a pressão feita em protestos e plebiscitos, e indiretas, concretizadas nas eleições.     Portanto, para que a política interesse mais a juventude brasileira, os parlamentares elegidos devem adotar uma política mais transparente, por meio de publicações nas redes sociais, como Facebook e Instagram, em vídeo, mostrando seus gastos e atuações mensais. Ademais, cabe ao Ministério da Educação estabelecer aulas na grade curricular obrigatória sobre a cidadania na Carta Magna, nos Ensinos Fundamental e Médio, afim de que o aluno compreenda desde cedo suas responsabilidade para com a sociedade.