Olhar para o futuro para regatar o passado Em 1992, muitos jovens foram às ruas para pedir o impeachment do então presidente Fernando Collor. Porém, com o decorrer dos anos os jovens perderam voz na politicagem do país, o que acarretou no seu desengajamento político. Diante dessa perspectiva, analisa-se o uso da tecnologia como forma de protesto, além do desinteresse de participar de manifestações por parte dessa parcela da população. Nesse contexto, segundo o sociólogo Bauman, vive-se uma modernidade líquida, na qual as relações sociais não são tão sólidas como eram antes da Segunda Guerra Mundial. Dessa maneira, observa-se a dificuldade dos grupos jovens em organizar-se para protestar contra um governo ou práticas que não os agradem. Logo, verifica-se a falta de interesse dos jovens em participar politicamente da vida do país, propiciada pelo distanciamento entre essas pessoas na contemporaneidade. Além disso, identifica-se o uso das redes sociais na organização de protestos contra governos que não fazem a vontade popular, e assim são taxados de tirânicos. Por exemplo, em 2011, jovens uniram-se pela internet para protestar contra governos do mundo árabe, o que ficou conhecido como Primavera Árabe. Dessa forma, agrega-se ao envolvimento dos jovens nos assuntos políticos um importante meio de difusão de ideias, uma vez que a divulgação nas mídias sociais tem a capacidade de atingir uma parcela maior da população. Destarte, medidas públicas são necessárias para alterar esse cenário. Portanto, compete ao cidadão socialmente engajado buscar a integração política com outras pessoas em seu meio social, por meio da promoção de eventos, no intuito de reunir a população e lutar pela soberania popular nas decisões do país. Ademais, cabe ao Governo a garantia de participação dos assuntos governamentais dos jovens, por intermédio de palestras que reúnam políticos e essa parte da sociedade, para que assim seja possível garantir a inclusão das futuras gerações na democracia brasileira. A partir dessas medidas será possível contar com a participação política dos jovens no Brasil e resgatar o caráter contestatório dos jovens brasileiros, assim como ocorreu na manifestação dos caras pintadas em 1992.