Enviada em: 03/09/2019

Segundo a visão política do filósofo grego Aristóteles, o conceito de “cidadão” diverge de “habitante”, visto que este é caracterizado como aquele que participa ativamente da elaboração e execução das leis. Diante disso, questiona-se o papel do jovem brasileiro no cenário atual perante o seu comodismo político, configurando-o como um “habitante”, sendo esse, para a visão aristotélica, apenas um morador da cidade. Entretanto, é valido ressaltar o desenvolvimento crítico através dos meios virtuais, que no século XXI se tornaram umas das principais vias de informação e construção de opinião.         A priori, cabe abordar a falta de posicionamento político do brasileiro, tendo em vista que no segundo turno da última eleição à presidência em 2018 constatou que aproximadamente 30% dos votos foram destinados a nulos, brancos e abstenções. Além disso, foi divulgado pelo portal de noticias, G1.com, que 2018 obteve a menor participação de jovens votantes desde 2002. Tais fatos revelam a desilusão em uma mudança no governo do país, gerando, portanto uma acomodação politica marcada pelo desinteresse juntamente ao sentimento de ausência de representatividade. Dessa forma, o Brasil é afetado diretamente pela negligencia ao voto, prejudicando, pois, o futuro do país.         Por outro lado, as novas tecnologias têm sido o espaço recorrido pelos jovens para impulsionar, debater e se posicionar à política. Por certo, o engajamento se deve pela familiaridade e maior identificação a esse meio virtual. Sob o mesmo ponto de vista, a propagação do movimento histórico conhecido como Primavera Árabe, comprova a eficiência dos recursos proporcionados pelas redes sociais. Haja vista que, as convocatórias realizadas nesse ciberespaço resultaram a ida do povo às ruas em protesto ao governo ditatorial, bem como a derrubada dos mesmos. Nesse viés, pode-se ter a tecnologia como influência positiva na maior inserção do jovem na prática da politica.         Logo, medidas são necessárias para mudar o papel político do jovem atual. Urge, que o Ministério de Educação e Cultura (MEC) crie, por meio de verbas governamentais, apoio a grêmios estudantis, campanhas escolares que estimule debates e o senso crítico desde os mais novos aos pré-adolescentes, tornando assim habitual o engajamento destes. Além disso, deve-se também propagar na internet de modo eficaz e com linguagem mais acessível aos jovens, informações de partidos, propostas e abordagens políticas, para que assim seja amenizada a sensação de distanciamento com os representantes políticos. Somente assim, será possível tornar essa parcela da população mais ativa politicamente e, ademais, atribuir a ela o mesmo conceito dado por Aristóteles de "cidadãos", que fazem a diferença por ter participação.