Enviada em: 22/08/2018

Segundo Victor Hugo, "não há nada tão poderoso quanto uma ideia cujo tempo chegou". Nesse sentido, já é época de reconhecer a igualdade racial enquanto valor primordial das sociedades contemporâneas. Contudo, no Brasil, o peso histórico dos quase 400 anos de escravidão e muitos anos mais de preconceito, de segregação e de marginalização do negro são fatores que dificultam a desconstrução desse mal.        É importante pontuar, de início, que o etnocentrismo, uma espécie de pai do racismo, é uma ideia antiga e ocorrem em praticamente todos os povos dos quais se tem noticia. Embora, à luz dos conhecimentos contemporâneos, possamos refutar facilmente esses preconceitos, não é tão fácil extirpa-los da sociedade. São 388 anos de escravidão institucionalizada, décadas de políticas de branqueamento e racismo cientifico, sem falar em toda a produção cultural e literária desses período, que, estavam intrinsecamente comprometidos pelo racismo.         É valido salientar, ainda, as idéias da escritora alemã, Hanna Arendt, na visão da qual, as grandes atrocidades da história da humanidade não provem da malevolência humana, mas da falta de reflexão. isto é, praticamos o mal quando não nos damos o trabalho de pensar criticamente sobre o que estamos fazendo. Esse pensamento, explica bem, a perpetuação do racismo na sociedade brasileira, pois, nesse país, a incapacidade de refletir leva os indivíduos a repetirem bestializados os comportamentos racistas do passado.       Cabe, portanto, ao Poder Público e ao terceiro setor a tarefa de reverter esse quadro. O terceiro setor, composto por associações que buscam se organizar para lograr melhorias na sociedade, deve se encarregar de promover novas manifestações artísticas e culturais que estimulem a reflexão do público acerca deste tema. O Estado, por sua vez, tem o dever de inserir na educação pública o ensino da cidadania, estimulando, assim, o respeito ao outro de forma independente de raças, cores, religiões e costumes culturais.