Enviada em: 30/08/2018

Após a Segunda Guerra Mundial, época marcada pelo nazi-fascismo, a UNESCO condenou publicamente a prática da discriminação racial, ademais, considerou o Brasil como exemplo de combate contra o racismo. Além disso, a ideia de democracia racial, termo usado inicialmente por Gilberto Freyre, denota a crença de alguns estudiosos que o país escapou do preconceito racial, eles afirmam que os brasileiros não veem uns aos outros através da lente da raça e não são intolerantes. Embora haja igualdade na teoria, na prática, a segregação não só existe, como também é mascarada na sociedade.              O Período Colonial foi definido pela escravidão, que durou cerca de 300 anos, naquele período os escravos eram considerados seres bestiais, tratados como meros objetos e sem importância. Em 1888, foi promulgada a Lei Áurea, que pôs fim à escravidão, entretanto, ao invés de igualdade, justiça e tolerância, a população negra sofreu como consequência a marginalização, a falta de moradia, condições econômicas e assistência do Estado. Em síntese, grande parcela da população começou a viver em barracos nos morros, locais insalubres, com difícil acesso à educação, direitos básicos e inclusive trabalho. Atualmente, ainda é possível apontar a presença da discriminação velada no mercado de trabalho, como por exemplo a remuneração menor, cargos sem status de liderança e pouca representatividade. O racismo é um dos maiores problemas sociais do Brasil, pois além de persistente é institucionalizado.         Frequentemente, termos como meritocracia e minoria modelo são usados em detrimento da população negra como forma de responsabiliza-los pela sua desigualdade social. De acordo com a visão meritocrática, só depende da força de vontade de cada indivíduo para obter sucesso e prestígio, por conseguinte, a comunidade asiática é usada para fundamentar esse mito, isto é, os imigrantes são considerados uma minoria esforçada e estudiosa, capaz de ascender economicamente sem assistencialismo. Logo, quando uma raça é colocada como superior, a outra como resultado é vista como inferior, dessa forma, o racismo estrutural não apenas é aceito como também justificado.        O racismo persiste na sociedade brasileira de forma disfarçada, por outro lado, as disparidades sociais estão explícitas. Portanto, é necessário que o Governo invista na educação pública, por meio do aumento na qualidade do ambiente escolar, material escolar e professores bem treinados, com o intuito de expandir o conhecimento dos alunos, incentivar a ocupação de cargos elevados destes estudantes e eventualmente diminuir a desigualdade social. Segundo Nelson Mandela, "a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo".