Enviada em: 28/09/2018

De acordo com o sociólogo Gilbero Freyre, a população brasileira é um resultado da miscigenação de povos brancos, negros e indígenas. Assim sendo, todas as culturas e etnias envolvidas têm participação igualmente importantes na formação do país. Entretanto, o preconceito racial, existente desde os tempos coloniais, permanece causando sofrimento à população negra. Essa visão desumana precisa ser desconstruída urgentemente.   Em primeiro lugar, deve-se notar a forte presença do etnocentrismo na sociedade brasileira e como ele age sobre o preconceito. O sociólogo Octávio Ianni relata como a base ideológica do sistema escravocrata deixou enraizada a idéia de inferioridade socioeconômica, cultural e religiosa da população afrodescendente. Por exemplo, percebe-se uma abordagem majoritária da cultura branca europeizada na televisão brasileira, em detrimento da cultura negra, tão presente no país. Tal ignorância cultural impede o reconhecimento e aceitação das diferenças.    Por outro lado, existe a tendência do que Florestan Fernandes chamou de "preconceito de ter preconceito". Nesse âmbito, afirma que existe, no Brasil, um tabu de se discutir abertamente o racismo e como ele ainda assombra o país. Dessa forma, o assunto não é tratado com a seriedade necessária pelos meios de comunicação e de formação educacional. Consequentemente, esse tabu impede a extinção do racismo, pois segundo Imannuel Kant, "o homem é aquilo que a educação faz dele".   É necessário, portanto, desconstruir o racismo enraizado na população, através de informação e educação. Para tanto, as emissoras de televisão, importante formadoras de opinião, devem promover uma programação inclusiva às diferentes etnias ao exibir diferentes manifestações culturais e religiosas nas novelas e telejornais. Ademais, as escolas precisam quebrar o tabu, abordar o tema do racismo nas aulas e promover o reconhecimento e aceitação das diferenças, erradicando qualquer forma de intolerância. Apenas assim, disseminará a ideia de que, apesar das diferenças,  somos todos iguais, e removerá essa raiz profunda e obscura da sociedade.